A cidade do Rio de Janeiro enfrenta uma onda de calor com sensação térmica que se aproxima dos 60ºC, registrando 58,5ºC às 9h15 da manhã desta terça-feira (14) na Estação de Guaratiba, zona oeste da cidade. Já nos termômetros, a temperatura foi indicada em 42,5ºC em Irajá, zona norte da capital fluminense.
A onda de calor, atribuída à massa de ar quente que cobre boa parte do Brasil desde a semana passada, trouxe consigo não apenas temperaturas elevadas, mas também impactos significativos no consumo de energia.
Salientando que a "onda de calor" significa que as altas temperaturas são persistentes por mais de 5 dias consecutivos. Ou seja, se a temperatura permanecer acima da média por mais de cinco dias, o fenômeno é classificado como uma onda de calor.
Demanda por energia
Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), o Brasil testemunhou, na segunda-feira (13), um recorde na demanda por energia, ultrapassando a marca dos 100 mil megawatts pela primeira vez.
Especialistas explicam que a atual onda de calor, classificada como uma das mais intensas do ano, está elevando as temperaturas em 5°C acima da média. Essa condição climática é uma ocorrência anual na transição entre a primavera e o verão, agravada neste ano pelo aquecimento global e o fenômeno El Niño, que contribuem para o aumento das temperaturas.
Outros estados
O meteorologista Giovanni Dolif, do Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden), esclarece que a exposição da Terra ao Sol aumenta com a proximidade do verão, resultando em temperaturas mais altas. A falta de chuvas e, consequentemente, de nuvens para bloquear o calor, intensificam esse fenômeno.
A situação não se restringe ao Rio de Janeiro. São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande e Teresina também enfrentam um calor intenso, prevendo recordes de máxima nesta terça-feira (14), com temperaturas 13°C acima da média de novembro.
Termômetro marca 40 graus na Avenida 9 de Julho, região central da capital (Foto: reprodução/Agência Brasil/Rovena Rosa)
Risco para 15 estados
A onda de calor, que se manifesta de forma sequencial desde agosto deste ano, representa uma tendência alarmante. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de grande risco para 15 estados devido às ondas de calor mais intensas e frequentes.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um aumento significativo nas ondas de calor nas últimas décadas.
Ondas de calor
Segundo o Instituto, de 1961 a 1990, foram registrados 7 dias de ondas de calor; de 1991 a 2000, foram registrados 20 dias; de 2001 a 2010, 40 dias de calor; e de 2011 a 2020, impressionantes 52 dias de calor.
Esses números evidenciam uma clara tendência de aumento das ondas de calor em todo o Brasil, com exceção da região Sul e algumas áreas específicas do estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul.
O aumento das temperaturas e a frequência das ondas de calor ressaltam a necessidade de uma abordagem proativa para mitigar os impactos nas diversas esferas da sociedade. Essa situação climática demanda atenção e medidas efetivas para lidar com os desafios decorrentes das mudanças no clima.
Foto destaque: População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro (Reprodução/Agência Brasil/Tomaz Silva).