O Rio Grande do Sul enfrenta uma de suas piores tragédias climáticas, com chuvas incessantes que já perduram há uma semana, mergulhando o estado em uma situação de calamidade. A devastação já causou a perda de 24 vidas e deixou dezenas de pessoas desaparecidas em meio às enchentes.
Os meteorologistas apontam que essa catástrofe é resultado de uma combinação de três fenômenos climáticos, agravados pelas mudanças no clima, e a tendência é de piora com a previsão de mais chuvas nos próximos dias.
A situação pode piorar
A situação começou a se desenhar em 26 de abril, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de tempestades para o estado. Desde então, o cenário foi se deteriorando, com a intensificação das chuvas e o agravamento dos estragos.
Segundo especialistas, essa calamidade é resultado da interação de diversos fatores como, um cavado, uma corrente intensa de vento, causando instabilidade climática; um corredor de umidade vindo da Amazônia, potencializando as chuvas; um bloqueio atmosférico devido à onda de calor, concentrando as chuvas nos extremos.
Os estados do Sul sofrem com constantes inundações e alagamentos (Foto: reprodução/Rafael Dalbosco/Futura Press/Folhapress)
O meteorologista Fábio Luengo explica que embora o Sul do país seja propenso a tempestades nessa época do ano, a intensificação desses eventos se deve ao aumento da temperatura na Terra e nos oceanos, gerando mais energia para a formação de chuvas intensas.
Uma previsão nada esperada
A previsão sombria é de que a situação se mantenha até o sábado (4), com acumulados que podem chegar a até 400 milímetros, somando-se aos mais de 300 milímetros registrados nos últimos quatro dias. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) alerta para a possibilidade de deslizamentos, além das enchentes.
Até o momento, 24 pessoas perderam suas vidas, 21 estão desaparecidas e mais de 8 mil foram deslocadas de suas residências devido aos temporais. A preocupação se estende também para a possibilidade de uma microexplosão atmosférica, um fenômeno comum em tempestades intensas, que pode trazer ventos superiores a 100 km/h, intensificando ainda mais os danos causados pela natureza.
Enquanto o estado enfrenta essa terrível adversidade, a solidariedade e a ação coordenada das autoridades e da população são essenciais para enfrentar e superar os desafios impostos por essa tragédia climática.
Foto Destaque: número de mortos pela chuva no Sul do Brasil está em 24 (Reprodução/Getty Image/Paulo Hoeper)
