Após forte tempestade que atingiu o estado do Rio Grande do Sul, um ciclone formado na região pode trazer durante a semana mais chuvas em outras regiões do país. Durante a noite de terça-feira (17), o temporal no Sul deixou cerca de 574 mil pessoas sem energia elétrica em pelo menos cinco regiões e com a chegada do ciclone espera-se que a situação se agrave.
Segundo a especialista e meteorologista do Inmet, Andrea Ramos em entrevista ao Jornal GLOBO, o ciclone deve formar uma frente fria, favorecendo assim as chuvas. “O ciclone pode também ser chamado de centro de baixa pressão e tem uma tendência de formar uma frente fria. Com isso, pode proporcionar chuvas e tempo severo nessas áreas. O ciclone facilita a formação de cavados, que geram áreas de instabilidade e podem manter chuvas em São Paulo, Rio de Janeiro e sul e centro de Minas, principalmente no final de semana”, explica Andrea.
A meteorologista ainda afirma que as temperaturas ainda permanecem elevadas, por influência do fenômeno El Niño, que tende a manter o calor. Ela ainda explica que a atmosfera quente em contato com as instabilidades propiciam uma condição de granizo, como o que aconteceu no Sul do país. Para os próximos dias a previsão também é de rajadas de ventos e pancadas de chuvas em outras regiões do Brasil.
Previsão para os próximos dias
Na região sudeste, a chuva deve iniciar na sexta-feira (20), afetando o estado de São Paulo, o sul do Rio de Janeiro e o Sudeste de Minas Gerais. Segundo a meteorologista, o ciclone formado no Rio Grande do Sul deve criar chuvas com grandes volumes na sexta e no sábado (21). A partir deste domingo (22), a frente fria deve deslocar-se e atingir também o Espírito Santo. Já na Bahia, a instabilidade deve chegar a partir de segunda-feira (23).
Previsão para o fim de semana
O tempo para a Região Norte será com pancadas de chuvas com 70 mm de água no Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins, segundo informações do Inmet. Também com possibilidade de raios acompanhados de trovoadas e rajadas de ventos. O Acre e em Rondônia também possuem possibilidades de chuvas isoladas. Já em Roraima a previsão é de menos acúmulos de chuva até o fim da semana.
Nordeste
Na região, são esperadas pancadas de chuva no estado do Maranhão, noroeste da Bahia e no Piauí, podendo vir acompanhadas de raios e rajadas de ventos. Os demais estados podem ter chuvas isoladas durante a semana.
Centro-Oeste, Sudeste e Sul
Com previsão de chuvas intensas nessas regiões, com maiores volumes que 60 mm e possibilidade de raios, trovoadas e rajadas de ventos. De acordo com Inmet, áreas do centro-norte do Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Triângulo e Sul Mineiro devem ser as mais afetadas. Algumas partes do Espirito Santo, centro-sul Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e norte de Minas Gerais são prováveis acúmulos menores de chuva.
Para a região Sul, um sistema de baixa pressão favorece enormes instabilidades nas áreas do Rio Grande do Sul. A previsão é de tempestades. Em Santa Catarina e no Paraná há previsão de poucos acúmulos, mas é possível que eles possam ultrapassar os 60 mm. No sábado e domingo, a chuva deve diminuir nesta região.
Temporal afeta Rio Grande do Sul
De acordo com levantamento da Defesa Civil nesta quarta-feira, as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul afetaram pelo menos 25 municípios. O número é de acordo com os relatos de danos ao órgão estadual decorrentes de "chuvas intensas, fortes ventos, granizo e descargas elétricas". Segundo relatado, uma pessoa morreu no município de Cachoeirinha, após a queda de uma marquise, e outras dez pessoas ficaram feridas.
Conforme a concessionária de distribuição de energia, RGE, que atua em 381 divulgou, o fornecimento de energia foi impactado pelo alto volume de chuva e descargas atmosféricas e ventos fortes. Danos foram causados principalmente por queda de árvores, galhos e objetos arremessados pelo vento.
A RGE ainda informou que: "As equipes da RGE estão totalmente mobilizadas para restabelecer o fornecimento, com segurança, no menor prazo possível. As regiões mais afetadas são Central, Metropolitana, Vale do Taquari, Vale dos Sinos e Vale do Rio Pardo".
Em alerta a empresa ainda pede que a população fique atenta a permanecer longe de fios e galhos de árvores que estejam caídos na rede elétrica. Para esses casos é necessário acionar a concessionária de energia e o corpo de bombeiros, para que o problema seja resolvido.
Motivo das fortes chuvas
As tempestades no Rio Grande do Sul foram causadas pela baixa pressão em uma área específica, sendo em níveis médios e altos da atmosfera (“baixa fria”), tendo avançado pela região durante a terça-feira (16) do Chile para o Oeste e ao Centro da Argentina, com rumo ao Uruguai.
Foto destaque: mar agitado após chegada de ciclone no RS (Reprodução/Terra Brasil Notícias/Pablo PORCIÚNCULA/AFP)
