As joias sauditas, empresários suspeitos de apoiar um golpe de Estado, o 8 de janeiro, fraude no cartão de vacina, e por fim, a tentativa de um golpe estatal, direcionado à fraude nas eleições presidenciais, são os temas pelos quais o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimentos à Polícia Federal, desde o final de seu governo, em dezembro de 2022. Relembre esses casos:
Como foram os depoimentos
No dia 5 de abril de 2023, Jair Bolsonaro prestou o primeiro depoimento, sobre o caso das joias da Arábia Saudita, no qual, foi investigada uma entrada ilegal no país de joias oferecidas ao governo brasileiro. Bolsonaro esteve em companhia de sua defesa e do ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, que afirmou ter sido uma excelente oportunidade para expor os fatos.
Leandro Magalhães, o âncora da CNN, apontou que o ex-presidente discursou à PF, que os procedimentos foram realizados por meio de um ofício, e o conhecimento sobre joias foi dado em dezembro de 2022. Ainda no caso das joias da Arábia Saudita, Jair Bolsonaro prestou um novo depoimento em agosto de 2023, no entanto, o mesmo, junto com a sua defesa, permaneceu em silêncio.
Já no dia 27 de abril de 2023, o ex-presidente falou relatou à PF sobre o ato criminoso do 8 de janeiro de 2023, em que apoiadores do ex-presidente invadiram e depredavam a sede dos Três Poderes. A investigação, em específico, a Jair Bolsonaro, tem relação a uma postagem do dia 10 de janeiro, em que questionava o resultado das eleições, fazendo com que a PF concluísse sobre o indicativo de antidemocracia.
Em 16 de maio de 2023, foi realizada uma apuração sobre fraudes em cartões de vacina durante a pandemia da Covid-19, um novo depoimento foi prestado pelo ex-presidente. Quatro indivíduos com ligações a Bolsonaro foram presos por suspeita de um esquema de inserção de dados ilegítimos sobre a imunização contra o vírus.
A Polícia Federal investigou se Bolsonaro estava ciente da manipulação de dados constatada nos cartões de vacinação, no nome dele e dos familiares, incluindo a ex-primeira-dama e a filha de 12 anos. Bolsonaro teria negado ter pedido a falsificação do documento, passando a transferir a responsabilidade aos seus assessores.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: reprodução/Indiana express)
No dia 18 de outubro de 2023, Jair Bolsonaro participou de uma oitiva do inquérito que vinha investigando a suspeita de apoio a um golpe de Estado em um grupo de empresários, formado no WhatsApp. O ex-presidente contou que foi orientado pela defesa, para entregar o depoimento de forma escrita.
Caio Junqueira, analista da CNN, afirma que a PF identificou uma ligação entre Bolsonaro e o empresário Meyer Nigri, em uma disseminação de notícias falsas no WhatsApp, sobre as eleições. Bolsonaro confirmou sobre as trocas de mensagens.
Tentativas de adiamento ao último depoimento foram negadas
Durante a última quinta-feira (22), Bolsonaro respondeu pela apuração à tentativa de golpe estatal, permanecendo silencioso diante dos oficiais. A defensoria constatou que a atitude se deu, pelo fato da falta de acesso completo aos elementos de investigação.
“Até que se tenha o legítimo e amplo acesso à investigação, o presidente Bolsonaro não prestará qualquer declaração, não abdicando de fazê-lo tão logo lhe seja garantido o referido acesso”, argumentou ou a defesa bolsonarista.
O adiamento do último depoimento prestado foi tentado por três vezes, tendo por justificativa, a ausência de acesso às informações sobre o inquérito. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre Moraes, no entanto, negou os três pedidos.
Foto destaque: Jair Bolsonaro (reprodução/G1)