Um relatório, divulgado na segunda-feira (19), por pesquisadores independentes dos Estados Unidos e Grã-Bretanha, citado pela agência ‘Reuters’, aponta que mesmo se os combates na Faixa de Gaza cessassem hoje, mais de 8 mil pessoas correriam risco de morte nos próximos seis meses devido à crise de saúde pública decorrente do conflito entre Israel e o Hamas.
Projeções de mortalidade em Gaza
Conforme o estudo realizado pela London School of Hygiene and Tropical Medicine e pelo Johns Hopkins Center for Humanitarian Health, os hospitais em Gaza foram severamente afetados pelos combates, deixando mais de 85% dos 2,3 milhões de habitantes do território palestino desabrigados. Como resultado, casos de desnutrição e doenças como diarreia têm aumentado significativamente em abrigos superlotados.
Os pesquisadores projetam que, se os combates continuarem ou aumentarem, a maioria das mortes adicionais em Gaza será devido a lesões traumáticas. No entanto, também se espera um aumento nas mortes relacionadas à desnutrição e doenças infecciosas, como cólera, devido à falta de acesso a cuidados médicos adequados.
No cenário mais pessimista, onde os combates se intensificam e surtos de doenças ocorrem, estima-se que cerca de 85.570 pessoas podem morrer até o início de agosto, com mais de 68 mil mortes relacionadas a lesões traumáticas.
Mesmo em caso de um cessar-fogo, aproximadamente 11.580 pessoas ainda podem morrer no mesmo período, caso um surto de doenças agrave os desafios de reconstrução do sistema de saneamento e saúde em Gaza. Destas, cerca de 3.250 mortes seriam devido a complicações de longo prazo de lesões traumáticas e 8.330 por outras causas, segundo o relatório.
Imagem da guerra entre Israel e Hamas na faixa de Gaza (Foto: reprodução/Reddit)
Estatísticas de mortalidade
Desde 7 de outubro, mais de 29 mil pessoas foram mortas nos combates, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. As estimativas de mortes adicionais incluem tanto civis quanto combatentes, e os pesquisadores alertam para a imprevisibilidade da guerra e dos surtos de doenças, o que resulta em uma ampla gama de estimativas.
O relatório, financiado pelo governo britânico, busca fornecer maior clareza sobre o número de mortes em Gaza diante dos desafios enfrentados na contabilização das vítimas.
Foto destaque: soldados israelenses perto da fronteira entre Israel e Gaza (Reprodução/Amir Cohen/Reuters)