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Relatório climático aponta que altas temperaturas causaram perda de 10% de gelo nas montanhas dos Alpes

O relatório climático aponta para o aquecimento do oceano e o aumento da taxa de mortalidade devido ao calor

22 Abr 2024 - 10h38 | Atualizado em 22 Abr 2024 - 10h38
Relatório climático aponta que altas temperaturas causaram perda de 10% de gelo nas montanhas dos Alpes Lorena Bueri

Os Alpes perderam aproximadamente 10% do seu volume de gelo total entre 2022 e 2023, conforme o novo relatório climático do observatório europeu Copernicus em conjunto com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta segunda-feira (22).

O relatório mostra como as recorrentes ondas de calor durante o verão europeu afetaram a perda de gelo glaciar em todo o continente. A falta de dias com neve em relação à média europeia contribuiu para o menor acúmulo de gelo, principalmente na Europa Central e nos Alpes.

Os Alpes abrangem oito países: Áustria, Alemanha, Eslovênia, França, Itália, Liechtenstein, Mônaco e Suíça. Além disso, é a cadeia montanhosa mais alta e extensa da Europa.

Aumento das temperaturas

De acordo com o relatório, as temperaturas registraram marcas acima da média ao longo do ano de 2023, que foi, inclusive, o ano mais quente registrado em todo o mundo.

O documento também indica que o ano passado apresentou um evento chamado "estresse térmico extremo", no qual o calor atinge níveis muito altos que o corpo pode suportar. Isso ocorre frequentemente durante períodos de ondas de calor.

Segundo o observatório, houve um aumento de dias com "forte estresse térmico", que pode variar de 1 dia a 122 dias de calor acima da média.

Com o aumento das temperaturas recordes, os dados também apontam que a taxa de mortalidade por calor aumentou cerca de 30% nos últimos 20 anos.

Aquecimento do oceano e mais chuvas


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A temperatura média das águas do oceano foi a mais alta em 2023 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Serge Costa/500px)


Além disso, o aquecimento dos oceanos e o aumento das chuvas foram as alterações provocadas pelas mudanças climáticas. O relatório indica que a temperatura média das águas do oceano na Europa foi a mais alta já registrada.

O impacto nos oceanos também ocorreu no Oceano Atlântico devido a uma onda marinha classificada como extrema. No ano passado, as águas que banham a Irlanda e o Reino Unido chegaram a ficar 5°C acima da média.

Consequentemente, quando o mar aquece, há também um aumento de chuvas. De acordo com o relatório, a Europa atingiu um nível de precipitação 7% maior do que a média em 2023.

Com os acontecimentos mundiais no meio climático, a porta-voz do Copernicus alerta para a possibilidade de eventos climáticos extremos se tornarem mais frequentes, intensos e duradouros. "Muitos dos diversos eventos extremos observados podem ser atribuídos às alterações climáticas e devem se tornar mais frequentes, intensos e durar mais tempo"

O impacto no Ártico

Além do derretimento das geleiras nos Alpes, o Ártico também sofreu impactos pelos aumentos de temperatura. 2023 foi o sexto ano mais quente na região.

No máximo de gelo anual, em março, a extensão mensal ficou 4% abaixo da média. Em setembro, o mínimo atual da extensão atingiu 18% abaixo da média, sendo o sexto menor já registrado.

Por causa desse fator, durante grande parte do ano, a extensão de gelo no Mar Ártico permaneceu abaixo da média.

Foto destaque: Alpes perdeu cerca de 10% de sua geleira (Foto: reprodução/Getty Images Embed/sjoeman)

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