Quincy Jones, músico, produtor e arranjador musical consagrado como uma das figuras musicais mais influentes de todos os tempos, morreu neste domingo (3), aos 91 anos.
Em nota enviada à imprensa, seu assessor Arnold Robinson, confirmou o falecimento do produtor, que morreu cercado de familiares em sua casa em Bel Air, na Califórnia.
“Com corações cheios, mas partidos, compartilhamos a notícia do falecimento de nosso pai e irmão, Quincy Jones. E, apesar de ser uma enorme perda para a nossa família, nós celebramos a grande vida que ele teve e sabemos que nunca haverá outro como ele”, disse a família do produtor, em comunicado. “Ele é verdadeiramente único, e fará muita falta. Nós nos confortamos e nos orgulhamos em saber que amor e alegria, a essência do seu ser, foram compartilhados com o mundo por meio de tudo que ele criou. Por meio de sua música e de seu amor sem limites, o coração de Quincy Jones baterá por toda a eternidade.”
Ao longo de sua carreira, Quincy Jones acumulou uma grande lista de premiações, sendo indicado 80 vezes ao Grammy, e ganhando 28. Além desse feito, o produtor tem dois Oscars honorários, em 1995 e 2025, e um Emmy.
Quicy Jones foi nomeado 80 vezes e ganhou 28 Grammys (Reprodução/Instagram/@recordingacademy)
Inicio da Carreira
Quincy Delight Jones Jr. nasceu em 14 de março de 1933, em Chicago. Quando ele tinha 7 anos, sua mãe foi internada pelo diagnóstico de esquizofrenia. Por isso, Quincy e seu irmão Lloyd passaram a ser criados por sua avó em Louisville.
Após passar um tempo envolvido com gangues, Jones começou a tocar piano na casa de um vizinho. Anos depois, tocando trompete se mudou junto de sua família para Washington, onde fez amizade com Ray Charles, futuro pioneiro do blues, os dois firmaram uma dupla e tocaram em casamentos locais e em clubes de jazz.
Aos 18 anos, Jones ganhou uma bolsa de estudos para a Schillinger House em Boston, mas abandonou os estudos após receber uma oferta para viajar como como trompetista para Lionel Hampton, em sua banda de jazz. Logo após, viajou novamente como trompetista e diretor musical para Dizzy Gillespie. No retorno para os EUA, ganhou um contrato da ABC Paramount Records para iniciar sua carreira como líder da sua própria banda.
Carreira como Produtor
No início de 1960, Quincy Jones já possuía uma carreira sólida, e foi assim que se tornou vice-presidente gravadora Mercury Record. Como produtor e arranhar, trabalhou com artistas como Aretha Franklin, Frank Sinatra, Will Smith e outros grandes nomes da música internacional.
Ainda na década de 1960, Quincy Jones produziu e conduziu os arranjos musicais da canção em homenagem à Bossa Nova, intitulada como “Soul Bossa Nova”, que foi apresentada no álbum de mesmo gênero musical de Jones.
Mas foi com Michael Jackson em sua carreira solo, que produziu três dos álbuns mais memoráveis do Rei do Pop: "Off The Wall" (1979), "Thriller" (1983) e "Bad" (1987). O álbum "Thriller" vendeu mais de 20 milhões de cópias apenas no ano de lançamento e, até hoje o disco figura entre os discos mais vendidos de todos os tempos.
Em 1971, ele se tornou o primeiro diretor musical negro de uma cerimônia do Oscar.
Além de produzir outros artistas musicais, também lançou álbuns como artista solo. Em 1974, lançou “Body Heat”, o álbum alcançou a sexta posição na parada musical estadunidense, Billbiard 200, e alavancou uma série de albuns adicionais no Top 20 depois.
Em 1985, produziu "We Are The World", projeto que reuniu estrelas como Michael Jackson, Lionel Richie, Bob Dylan, Billy Joel, Stevie Wonder, Cindy Lauper, Bruce Springsteen e diversas estrelas da música. O projeto visava arrecadar fundos para a luta contra a pobreza na África. Lionel Richie, compositor da faixa junto de Michael Jackson, disse que Jonas era um “mestre orquestrador”.
Quincy Jones e Milton Nascimento (Reprodução/Instagram/@miltonbitucanascimento)
Na manhã desta segunda-feira, Milton Nascimento publicou uma foto rara com o produtor e lamentou a morte do amigo. “Hoje amanheci com a triste notícia da partida do meu grande e amado amigo. Quincy foi um grande admirador e disseminador da música brasileira pelo mundo, e produziu muitos dos discos mais emblemáticos e importantes da história da indústria musical. Há um tempo, ele me ligou por videochamada, e matamos um pouco da saudade, que, agora, será eterna. Descanse em paz, querido irmão", escreveu o cantor.
Foto Destaque: Quincy Jones, músico, produtor e arranjador musical morre aos 91 anos (Reprodução/Getty Images Embed)