Em uma reportagem exibida pelo Fantástico no último domingo (21), a polícia civil mostra como fez para conseguir capturar a quadrilha de criminosos, chefiada por Marco Aurélio Silva, conhecido como Corujá.
A operação se iniciou durante a madrugada para conseguir pegar a quadrilha desprevinida. Em um áudio extraido da reportagem, Marco Aurélio, o Corujá, detalha alguns dos serviços de falsificação oferecidos pela quadrilha:
“Demorô, véio. Faço certidão fria de qualquer lugar, tá ligado? E tiro a identidade quente aí em Minas. (...) Consigo o título de eleitor, consigo o reservista e o CPF. Com a própria foto do cara”, relata o criminoso.
Segundo investigadores, Corujá está entre um dos maiores falsificadores de documentos do país, ele já havia sido preso, em maio de 2021, na primeira fase da Operação Fox e teria saído no fim do mesmo ano, após receber o benefício de saída temporária e depois nunca mais retornou.
No ano passado, a polícia apreendeu na casa em que o criminoso se escondia, no Litoral de São Paulo: Alguns equipamentos eletrônicos, dinheiro, papel para emissão de certidões e carteiras de identidade. Sendo todos os matériais falsificados e produzidos de maneira artesanal.
Em um outro áudio divulgado, o criminoso explica que o esquema ilegal de produção de documentos falsos, se inicia á distância:
“Eu consigo com um cara no Maranhão a certidão de nascimento original, com o nome que quiser. Aí, dá para fazer o RG da pessoa que nunca existiu”, relata, Marcos Aurélio, o corujá.
Segundo explica Rodrigo Bustamente, Delegado da Polícia Cívil, os criminosos ofereciam um combo como se pudessem fazer uma pessoa totalmente nova sem pendências nenhuma:
"Conseguiam fazer uma pessoa renascer, né. É o combo que eles chamavam. (...) Uma nova certidão de nascimento, um novo documento de identidade, uma nova CNH e posteriormente, até um chip de telefone habilitado já no novo CPF desse cidadão que foi criado do zero para que possa a partir daí, praticar crimes infinitos pelo Brasil", diz Rodrigo Bustamante, Delegado da Polícia Civil.
Segundo a polícia, dois empresários estão sendo investigados por utilizarem CNPJ de duas gráficas em Belo Horizonte. De acordo com os investigadores, era dessa maneira que a quadrilha tinha acesso a materiais restritos, um tipo de papel que só poderia ser adquirido por empresas autorizadas e órgãos do governo.
Foto destaque: Operação para Capturar Quadrilha. Reprodução/ G1.