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Protestos pró-palestinos nas universidades dos EUA aumentam e ameaçam reeleição de Biden

Em ano de eleições presidenciais, o atual líder dos Estados Unidos sofre críticas de ambos os partidos a respeito de sua política com Israel

02 Mai 2024 - 20h55 | Atualizado em 02 Mai 2024 - 20h55
Protestos pró-palestinos nas universidades dos EUA aumentam e ameaçam reeleição de Biden  Lorena Bueri

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem sido fortemente criticado pelo eleitorado norte-americano por conta de seu posicionamento político a respeito da guerra entre Israel e Palestina. Nos últimos dias, dezenas de estudantes universitários formaram acampamentos para declarar apoio à Palestina, um ato que repercutiu episódios de coibição policial.

Os manifestantes, que estão espalhados em campi de todo o país, pedem que as universidades parem de fazer negócios com empresas que tenham laços com Israel e que, por consequência, apoiam a guerra.

Tensão entre eleitorado cresce

O Partido Democrata se encontra dividido desde o final do ano passado, em virtude do apoio do Presidente à Israel e do aumento das manifestações contra a guerra.

Entretanto, a assessoria de Biden rejeita a teoria de que os protestos possam acarretar sua derrota na eleição presencial prevista para novembro. Os assessores usam como justificativa o baixo índice de manifestantes, em relação aos 41 milhões de eleitores da Geração Z que podem votar em 2024.

Recentemente, a Casa Branca anunciou ações que favorecem os jovens eleitores, como alívio de dívidas com empréstimo estudantil, reforma da maconha e políticas a favor do aborto.

Essas políticas, porém, não são suficientes para retomar o apoio e a confiança dos jovens eleitores, segundo a diretora executiva do Gen-Z for Change, Elise Joshi. O Gen-Z for Change é um grupo online de jovens que participam ativamente de questões políticas. Joshi afirma que embora as políticas possam ser vistas de forma positiva, o mais importante para os estudantes é que o Presidente se manifeste sobre os protestos. "A Casa Branca está condenando os estudantes que protestam, mas não ouvimos nada sobre os que atacam os manifestantes", completou a ativista.


Onda de protestos em universidades tem gerado repressões policiais (Vídeo: Reprodução/X/@Gu_rebel)


Partidos criticam ação de Biden

Sobre as manifestações nas universidades, que acontecem desde 18 de abril, Biden falou poucas vezes e com cautela. Em 22 de abril, o Presidente afirmou que "condena os protestos antissemitas, e condena também aqueles que não entendem o que está acontecendo com os palestinos".

Os protestos não têm previsão de término, e as ocupações nas universidades devem continuar durante o resto do ano letivo. Como consequência, Biden virou alvo da mídia conservadora e dos republicanos, ao mesmo tempo em que democratas apostam na perda do eleitorado juvenil.

Os republicanos aproveitaram o clima das manifestações para rotular alguns democratas como "antissemitas" e "mercadores do caos". Donald Trump, que concorre à presidência representando o partido republicano, enalteceu o trabalho de policiais que, nesta quarta-feira (01), invadiram um prédio da Universidade de Columbia ocupado por universitários pró-palestinos.

Segundo pesquisa da campanha de Biden, a maior parcela dos eleitores de 2024 baseará o voto em questões como economia, tirando o peso da situação em Gaza.

 

Foto Destaque: O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante discurso na Casa Branca (Reprodução/Getty Images/Kevin Dietsch)

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