A Ucrânia leva muito a sério o status de neutralidade, sendo ele um dos pontos principais para o avanço das negociações de paz. Assim, o status de nação neutra é uma das prioridades que o presidente Vladimir Putin venera, porém o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky não pensa do mesmo modo, o que faz com que o mesmo arrume outros meios de garantir a segurança para a realização do possível acordo.
“Em primeiro lugar, um estado, no caso a Ucrânia, não poderia ser aliado de nenhum país, seja Rússia, Alemanha ou mesmo Estados Unidos, não poderia ter aliança militar formal ou informal com nenhum.”, o professor Vinícius Rodrigues Vieira de Relações Internacionais da FAAP e FGV esclareceu à CNN Rádio que existem duas vertentes no quesito neutralidade.
Vladimir Putin, presidente da Rússia. (Foto: Reprodução/Getty Images/Mundo ao Minuto)
Enquanto “em caso de guerras ou conflitos, a Ucrânia não poderia se aliar a uma parte ou outra, deverá se manter neutra, sem ajudar nenhum lado, se os Estados Unidos enfrentaram a Rússia, por exemplo, a Ucrânia terá que ficar neutra, a neutralidade, no caso, é ficar em cima do muro.”.
“Se um país ataca outro que é neutro, esse país, no caso a Rússia, se voltar a atacar após o eventual acordo, a neutralidade viraria letra morta, seria jogada no lixo.”, revelou o professor sobre o limite de neutralidade da Ucrânia, que é evitar a possibilidade de ser atacada pelo rival.
De acordo com o professor a importância da neutralidade “seria uma espécie de garantia de não se aliar a ninguém, mas espera, em contrapartida, não ser atacada, que é o caso de países europeus como Suécia, Finlândia e Suécia.”.
O pior desafio agora é assegurar que ambas as partes envolvidas no acordo cumpram com as exigências definidas. “Vai ser complicado fazer com que essa confiança exista.”, Vinícius argumenta.
Dessa maneira, para que o pacto e a permanência de tal aconteçam será necessária à ajuda dos “fiadores do acordo”, ou seja, países garantidores. No entanto, conforme afirma o especialista a falta de confiabilidade também pode gerar problemas.
“Como que a Rússia pode aceitar acordo em que EUA e Alemanha, França e Reino Unido como fiadoras do acordo? Putin não é confiável por parte dos ocidentais, é um beco sem saída”, finalizou dizendo.
Foto destaque: Vladimir Putin. Reprodução/Sergei Guneyev/AFP/Getty Images/DW