Após as forças armadas de Israel terem iniciado operações no hospital Al-Shifa, em Gaza, para impedir possíveis ataques, o porta-voz da Defesa Civil da região, Mahmoud Basal, afirmou à CNN em matéria publicada na última quarta-feira (20), que os civis abrigados no hospital relataram ser submetidos a interrogatórios, tortura e assassinatos. Ele declarou ainda que está faltando água e o fornecimento de aspectos que supram as necessidades básicas das pessoas presentes no local.
No relato, o porta-voz conta que o exército israelense removeu civis feridos do hospital. Com a remoção, as pessoas precisam se deslocar para o hospital Al-Ahli, que fica a três quilômetros de distância. No entanto, muitos desses civis não possuem condições físicas de realizar esse trajeto devido aos ferimentos.
O hospital Al-Ahli sofreu um bombardeio em 17 de outubro de 2023 e já se encontra em uma situação delicada desde então, agora precisará se preparar também para realizar os atendimentos dos pacientes que chegam do hospital Al-Shifa.
Pessoas feridas recebendo atendimento no hospital Al-Shifa, em Gaza (Foto: reprodução/Bashar Taleb/AFP/Getty Images Embed)
Hospital Al-Shifa
O hospital é considerado o maior complexo de saúde de Gaza, antes da guerra. As forças armadas de Israel iniciaram os ataques no local após um representante dos Estados Unidos, com conhecimento da inteligência americana, afirmar em 12 de novembro de 2023 que o Hamas possui um centro de comando no hospital.
Na afirmação, foi informado que o local não tratava apenas pacientes e que considerando o histórico dos relatórios de código aberto é possível identificar que o Hamas já usa essa tática de usar hospitais e instalações civis, para comandar, controlar, armazenar armas e abrigar seus combatentes.
Civis caminhando entre escombros na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Said Khatib/AFP/Getty Images Embed)
Desde então, Israel concluiu ser necessário tomar medidas militares para a sua defesa. Na época, Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro do país, concedeu entrevista ao programa State of the Union, e disse que não havia razão para não prosseguirem com a retirada dos pacientes do hospital, “em vez de deixar o Hamas usá-lo como centro de comando para o terrorismo, para os foguetes que disparam contra Israel [e] para os túneis terroristas que usam para matar civis israelenses”. Ele acrescentou ainda que Israel agiria com cuidado, devido tratar-se de um hospital.
Alegações das forças armadas de Israel
As forças de defesa de Israel afirmam que existem túneis sob o hospital Al-Shifa e compartilhou um vídeo em novembro de 2023 do que viria a ser a rede de túneis citada.
Filmagem dos túneis encontrados por Israel dentro do hospital Al-Shif (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)
Além do túnel, Israel afirmou também ter encontrado um carro no local que deveria ser utilizado no ataque de 7 de outubro de 2023, conforme planejado pelo Hamas. Nesse carro foram encontrados granadas, lançadores de foguetes, fuzis AK-47 e armas de guerra.
A presença do Hamas dentro do Al-Shifa é negada pelas autoridades do hospital.
Foto Destaque: Vista do hospital Al-Shifa em novembro de 2023 (Foto: Reprodução/ Dawood Nemer/AFP/Getty Images Embed)