Nesta quarta-feira (24), o governo de Javier Milei enfrenta uma paralisação convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior sindical do país para questionar as decisões feita pelo presidente de alterar as leis econômicas e sindicais no país. O movimento tem o lema “O país não está à venda”.
A paralisação
O movimento foi aderido por diversos setores, aeroporto, bancos não funcionarão e transportes públicos irão funcionar em horário reduzido. Ao menos 33 voos foram cancelados pela Gol e Latam, o que prejudica o turismo do país. Além disso, os caminhoneiros também resolveram aderir a paralisação.
As mudanças propostas por Milei foram chamadas de “decretaço” e estão sendo protestadas por conta das modificações que irá causar nos direitos trabalhistas, na economia e outros setores. A “lei ómnibus” é uma das questões principais que faz argentinos irem para as ruas, pois ela proporciona ao governo liberdade de punição as pessoas que fizerem protestos e paralisações.
População argentina faz paralisação contra "decretaço" de Milei (Foto: reprodução/Valor Econômico)
Resposta do governo Milei
Uma das manifestações está sendo realizada em frente ao Congresso para pressionar os deputados e senadores a não votar a favor das modificações nas leis propostas por Milei. A ministra da Segurança, Patrícia Bullrich disse que vai voltar a empregar a mesma tática testada em dezembro de 2023, “protocolo antipiquetes”, que visava manter a população nas calçadas, sem bloquear as vias. No fim do ano passado, essa tática não funcionou, os manifestantes bloquearam a passagem dos automóveis e a polícia de Buenos Aires precisou intervir causando confronto com a população.
Manuel Ardoni, porta-voz do governo Milei disse que não entende o motivo da população fazer greves, de acordo com ele, nos últimos anos os trabalhadores tinham menos direitos do que a proposta que está em vigor.
O governo argentino afirmou que os funcionários públicos que participarem da paralisação terão o pagamento descontado. Esse desconto não será imposto em todos os lugares, em Buenos Aires, o governo de esquerda de Axel Kicillof disse que vai respeitar o direito de greve da população.
Foto destaque: argentinos fazem protestos nesta quarta-feira (Reprodução/Diário Causa Operária)