A Ucrânia perdeu um aliado no conflito contra a Rússia. A Polônia anunciou nessa quarta-feira (21) que não enviará mais armas e munições ao país vizinho por conta da crise das importações de grãos ucraniano.
O governo polonês decidiu retomar barreiras comerciais aos grãos ucranianos após pressão interna de agricultores que alegavam que a concorrência com os cereais vindos de Kiev estava gerando uma concorrência desleal com os produtores locais, por conta de impostos.
Críticas na ONU
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky em discurso na quarta-feira (20) na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, afirmou que todo país que estivesse colocando barreiras comerciais aos grãos ou qualquer outro produto ucraniano, estaria facilitando e ajudando a Rússia no conflito.
Afirmou ainda que estaria entrando com uma representação na Organização Mundial do Comércio, OMC contra esses países. Após esse discurso, o governo polonês convocou o embaixador da Ucrânia em Varsóvia para prestar mais esclarecimentos e decidiu não mais enviar armas para Kiev.
Segundo maior apoiador
A Polônia era o segundo país que mais ajudou com armamentos a Ucrânia durante o conflito contra a Rússia, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Foram eles quem enviaram os primeiros caças F-16, antes mesmos dos norte americanos os enviassem.
Cerca de 200 tanques de guerra, munições, e outros equipamentos militares foram fornecidos pelos poloneses, além de acolherem cerca de 1,6 milhões de refugiados ucranianos que fugiram durante o conflito.
Volodymyr Zelensky Presidente da Ucrânia (Foto: reprodução/X/@Reuters)
Crise dos grãos
A União Europeia em janeiro decidiu que países do bloco não iriam mais receber os grãos vindos da Ucrânia pois os preços baixos destes poderiam formar uma concorrência desleal contra produtores locais destes países.
Na última semana a União Europeia revelou que está estudando suspender essa proibição, porém Eslováquia, Hungria e Polônia disseram que não iriam seguir essa diretriz caso fosse realmente confirmada.
A Ucrânia irá entrar com uma representação na OMC, com ações judiciais contra essas nações, para que seus grãos tenham acesso facilitado a toda Europa sem exceção.
Foto destaque: Campo de milho na Ucrânia. Reprodução/Freepik/nikitabuida