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Polícia Civil atribui responsabilidade pela queda de aeronave com Marília Mendonça aos pilotos

A investigação da Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que o acidente aéreo envolvendo Marília Mendonça e outros ocupantes foi atribuído à negligência dos pilotos.

04 Out 2023 - 14h34 | Atualizado em 04 Out 2023 - 14h34
Polícia Civil atribui responsabilidade pela queda de aeronave com Marília Mendonça aos pilotos Lorena Bueri

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, nesta quarta-feira (4), a investigação do acidente aéreo envolvendo a cantora sertaneja Marília Mendonça e outras quatro pessoas, incluindo o piloto, copiloto, um produtor e um assessor. O incidente ocorreu em novembro de 2021 na região de Piedade de Caratinga, no Leste de Minas Gerais.

Segundo o relatório, a Polícia Civil atribuiu a responsabilidade pela queda da aeronave aos pilotos e esclarece que o caso foi arquivado devido à impossibilidade de responsabilização, uma vez que os responsáveis estão entre as vítimas fatais.


Avião que transportava a cantora Marília Mendonça e sua equipe (Foto: reprodução/Polícia Militar de Minas Gerais)


A investigação foi conduzida sob a supervisão do delegado Ivan Lopes, que apontou que o acidente resultou da negligência e imprudência dos pilotos Geraldo Medeiros e Tarciso Viana.

O inquérito

De acordo com o inquérito, os pilotos não mantiveram comunicação com outros profissionais para o procedimento de pouso no aeródromo, o qual lhes era desconhecido, contrariando a prática padrão nesse tipo de situação.

A polícia considerou a ocorrência de homicídio culposo, caracterizado pela ausência de intenção de matar, por parte dos pilotos.

Nesse sentido, devido ao falecimento dos dois tripulantes, sugeriu-se a extinção da punibilidade, o que resultou no arquivamento do processo.

Ainda segundo a Polícia Civil, outras hipóteses, tais como falha mecânica, mal súbito ou atentado, foram descartadas após as investigações.

Advogado da família do piloto

O advogado da família do piloto Geraldo Medeiros Júnior, Sérgio Alonso, contestou as conclusões da polícia, alegando que o acidente ocorreu devido à instalação da rede de alta tensão na reta final do aeródromo, que não possuía Carta Visual de Aproximação.

A Carta Visual de Aproximação, também conhecida como "Carta de Aproximação Visual" ou simplesmente "Carta de Voo Visual", é um documento gráfico utilizado na aviação para auxiliar pilotos na navegação e na realização de procedimentos de pouso em aeroportos e aeródromos.

O doutor Sérgio Alonso também enfatizou que a Cemig, a empresa de energia de Minas Gerais, logo após o acidente, seguiu as recomendações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira, e instalou a sinalização na linha de transmissão, além de elevar a altitude padrão para 1350 pés.

Relatório do Cenipa

Entretanto, o relatório do Cenipa, divulgado em maio, indicou que os pilotos não seguiram o manual de voo ao ultrapassar a “perna de vento”, saindo da zona de proteção do aeródromo, o que resultou na colisão com a linha de transmissão de energia da companhia.

A "perna de vento" é um termo utilizado na aviação para descrever uma parte específica de um procedimento de pouso ou decolagem em um aeroporto ou aeródromo. É uma etapa importante que faz parte das operações de aterrissagem e decolagem para garantir a segurança e a organização do tráfego aéreo.

No entanto, o relatório também mencionou que os cabos de alta tensão estavam abaixo da linha de visão dos pilotos e tinham baixo contraste com a vegetação, o que dificultou a percepção a longas distâncias.

Sinalização das torres

Porém, a Cemig enfatizou que a sinalização das torres de distribuição estava localizada fora da área de segurança do aeroporto, não havendo base legal para sinalizá-la no local.

Por fim, a investigação realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que o acidente aéreo foi causado pela imprudência e negligência dos pilotos, que não seguiram os procedimentos adequados e não realizaram as verificações necessárias antes do pouso.

O caso foi arquivado devido à fatalidade dos pilotos, o que impossibilitou a aplicação de sanções judiciais. O relatório do Cenipa e as ações da Cemig também foram mencionados, mas a polícia manteve sua conclusão a respeito da responsabilidade dos pilotos.

 

Foto destaque: Cantora Marília Mendonça. Reprodução/Instagram/@mariliamendoncacantora

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