Em pesquisa realizada pela prefeitura do Rio de Janeira mostra que 67% das pessoas trans e travestis já sofreram algum tipo de violência, sendo ela física, verbal, psicológica ou até todas elas ao mesmo tempo, pelo motivo de serem transgênero. Levantamento foi realizado com financiamento do projeto “Parceria para Cidades Saudáveis: Resposta para a Covid-19”, liderado por uma organização sem fins lucrativos Bloomberg Philanthropies e a organização Vital Strategies, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Rio foi uma das 18 cidades selecionadas para participar do programa, e entrevistou 526 pessoas trans e travestis entre julho e outubro de 2021. A pesquisa incluiu perguntas sobre a realidade socioeconômica, a escolaridade e o acesso ao mercado formal de trabalho para essa população.
Segundo os resultados da pesquisa, 83% das pessoas entrevistadas sofreram violência dentro da escola, dessas 17% apontam os professores como e membros da coordenação como agressores. Esse foi o fator que fez 29% das participantes de entrar no mercado de trabalho e 71% relata que sofreu discriminação nas entrevistas de emprego.
Wescla Vasconcelos, representante da Associação Nacional de Travestis e Transexuais no Rio de Janeiro, comentou sobre essa ser a realidade no país inteiro.
“O lançamento desses dados que evidenciam a ausência de políticas públicas para a população trans é muito importante porque revela coisas que nós sempre falamos em rodas de conversa, nas universidades, na rua e em diversos debates. É muito importante que eles venham à tona, porque consolidam demandas para que a gente adquira políticas públicas para nosso povo trans carioca”.
“As pessoas trans têm seus direitos negados, muitas são expulsas de casa, não têm condições de terminar os estudos. Educação, saúde, justiça, direito de mudar de nome, coisas que deveriam ser básicas, são negadas por conta da discriminação”.
Foto da Wescla Vasconcelos (Reprodução/Facebook)
O Rio de Janeiro ter sido selecionado para participar dessa pesquisa é muito significativo, já que em 2021 o Brasil foi pelo décimo terceiro ano seguido, considerado como o país que mais mata pessoas trans e travestis do mundo.
Foto Destaque: Bandeira Trans (Getty Imagens/nito100).