A rocha espacial 2023 BU, que tem o tamanho de um caminhão pequeno, passou nesta quinta-feira (26), a 3.500 quilômetros da superfície da Terra, no extremo sul da América do Sul, o que é mais perto do que alguns satélites. A presença do asteroide só foi detectada poucos dias antes pelo astrônomo amador Gennadiy Borisov, que opera em Nauchnyi, na Crimeia.
Trajetória estimada pela Nasa do asteroide 2023 BU (Foto: NASA/JPL-Caltech/ AP)
A rocha tem um tamanho estimado de 3,5m a 8,5m de diâmetro e, caso tivesse colidido com a terra, provavelmente se desintegraria no alto da atmosfera, produzindo uma bola de fogo, mas sem causar danos.
No entanto, o episódio faz parte de uma preocupação dos astrônomos: A capacidade das agências espaciais detectarem de forma eficiente e precoce possíveis ameaças ainda maiores. Segundo Terik Daly, cientista planetário do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, a localização dos asteroides que podem provocar devastação local e regional, caso entrem na atmosfera da Terra, é desconhecida.
O 2023 BU faz parte de um grande grupo, que inclui outros asteroides de 5 a 50 metros de diâmetro, alguns tão grandes quanto uma piscina olímpica. Além disso, de acordo com a Nasa, estima-se que uma rocha de 5 metros atinja a Terra uma vez por ano, e uma rocha de 50 metros, uma vez a cada mil anos. Mas é justamente esse tipo de asteroide que os equipamentos mais modernos ainda têm dificuldade de detectar com antecedência, sendo a maioria percebidos poucos dias antes da passagem próxima da Terra.
Asteroide causou destruiu na Rússia em 2013
Rastro de um meteorito é visto em Chelyabinsk, na Rússia, no dia 15 de fevereiro de 2013 (Foto: AP/Chelyabinsk.ru)
A preocupação já é antiga e esse foi apenas mais um alerta, como em 2013, quando o famoso meteoro de Chelyabinsk, de aproximadamente 20 metros de diâmetro, entrou na atmosfera da Terra sobre o sul da Rússia provocando uma onda de choque e danos em casas e prédios da região, o que deixou mais de 1200 pessoas feridas.
Foto destaque: Satélite na órbita da Terra - Reprodução/Pixabay