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Paraísos fiscais: sigilo e impostos mínimos que custam bilhões

Os paraísos fiscais são locais que oferecem sigilo total nas transações financeiras e impostos extremamente baixos. Um relatório da Tax Justice Network revelou US$ 480 bilhões em perda anual.

31 Ago 2023 - 16h00 | Atualizado em 31 Ago 2023 - 16h00
Paraísos fiscais: sigilo e impostos mínimos que custam bilhões Lorena Bueri

Os paraísos fiscais são países ou territórios que se destacam por oferecerem sigilo absoluto sobre as transações financeiras e taxas tributárias extremamente baixas. Essas características os tornaram destinos atrativos para indivíduos e empresas que buscam minimizar suas obrigações fiscais e manter suas atividades financeiras fora do alcance das autoridades.

De acordo com um relatório da Tax Justice Network, uma organização focada na justiça fiscal, esses paraísos fiscais e as offshores (empresas registradas em países diferentes dos de seus proprietários) contribuem significativamente para uma perda estimada de pelo menos US$ 480 bilhões por ano em arrecadação global, equivalente a cerca de R$ 2,340 trilhões. Essa soma astronômica de dinheiro que escapa aos cofres públicos impacta diretamente a capacidade dos governos de financiar serviços públicos essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.

O papel dos paraísos fiscais

Os paraísos fiscais muitas vezes são acusados de facilitar a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro, permitindo que indivíduos e empresas ocultem a verdadeira origem e destino de seus recursos financeiros. Esses locais oferecem vantagens como o anonimato dos titulares de contas, protegendo assim suas identidades. Essa falta de transparência torna difícil para as autoridades rastrearem transações suspeitas e tomar medidas adequadas.

Além disso, a prática de transferir ativos para essas jurisdições de baixa tributação resulta em uma concorrência desleal entre os países. As nações que oferecem benefícios fiscais mínimos podem atrair investimentos e empresas, enquanto outras que cobram impostos mais altos podem perder recursos e oportunidades econômicas.

Para enfrentar esse desafio, muitas organizações internacionais, governos e ativistas estão pressionando por maior transparência financeira e cooperação internacional na troca de informações. Iniciativas como o Acordo de Troca Automática de Informações (AEOI) e a legislação como o Common Reporting Standard (CRS) foram implementadas para combater a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro, aumentando a transparência nas transações financeiras globais.



Decisão para o impacto na economia

Assim, nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) para aumentar a taxação dos fundos dos “super-ricos” brasileiros.

Então, os paraísos fiscais, com sua combinação de sigilo financeiro e baixos impostos, têm um impacto substancial na economia global e nas finanças públicas. Enquanto debates sobre a ética e a legalidade dessas práticas persistem, esforços estão sendo feitos para coibir a evasão fiscal e promover maior transparência nos fluxos financeiros internacionais.

 

Foto destaque: Efeitos dos paraísos fiscais na economia Global. Reprodução/ICLEconomia

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