Nesta sexta-feira (14), aos 87 anos, o Papa Francisco fez história ao ser o primeiro pontífice a discursar em uma cúpula do G7. Durante seu discurso, ele destacou a importância de garantir que a Inteligência Artificial nunca supere a humanidade. Devido aos seus problemas de saúde e mobilidade reduzida pela idade avançada, ele se deslocou em uma cadeira de rodas ao redor da imensa mesa oval, sendo calorosamente recebido por uma série de líderes internacionais.
Cuidados e benefícios da IA
Em seu discurso, o Papa Francisco descreveu a Inteligência Artificial como uma "transformação histórica" para a humanidade, mas também fez questão de destacar a importância de uma supervisão cuidadosa dessa tecnologia em contínuo desenvolvimento, visando proteger a vida e a dignidade humana. Além disso, segundo ele, nenhuma máquina deve ter o poder de tirar a vida de um ser humano. As pessoas não devem permitir que algorítmos superpoderosos decidam seu destino.
Segundo dia da 50ª cúpula do G7 em Borgo Egnazia (Foto: reprodução/Christopher Furlong/Getty Images Embed)
Ele alertou que, ao fazer isso, condenaríamos a humanidade a um futuro sem esperança, retirando das pessoas a capacidade de tomar decisões sobre si mesmas e suas vidas, e as condenando a depender das escolhas das máquinas. Antes de iniciar seu discurso, o Papa Francisco recebeu o carinho de vários líderes, incluindo um abraço do presidente argentino Javier Milei, um beijo do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau e uma conversa com o presidente dos EUA, Joe Biden. Ele reconheceu a ambivalência em torno da Inteligência Artificial, afirmando que, embora possa inspirar entusiasmo, também amplia o acesso ao conhecimento globalmente.
Reflexões sobre a IA
A Itália aprovou uma lei para regular a IA e punir crimes relacionados, no início deste ano, com a primeira-ministra Meloni alertando sobre os riscos ao mercado de trabalho. Em sua declaração final nesta sexta-feira (14), o G7 anunciou planos para antecipar habilidades e necessidades educacionais futuras para aproveitar a revolução da IA. “No entanto, ao mesmo tempo, poderia trazer consigo uma maior injustiça entre as nações avançadas e em desenvolvimento ou entre as classes sociais dominantes e oprimidas”, disse ele
Ele ainda destacou o potencial da Inteligência Artificial para automatizar tarefas e alavancar pesquisa científica, mas levantou um alerta sobre o risco de disseminação de informações incorretas. Ele mencionou que a IA tende a repetir análises existentes, o que pode fortalecer culturas já estabelecidas e legitimar notícias falsas.
Foto destaque: Papa Francisco discursa na cúpula do G7, sobre a Inteligencia Artificial ( reprodução/Vaticano via Vatican Pool/Getty Images Embed)