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Papa Francisco afirma que Lula foi condenado injustamente e que Dilma é uma excelente mulher

Líder da Igreja Católica foi entrevistado pelo canal argentino C5N, semanas antes de ser internado por dificuldade respiratória decorrente de uma bronquite.

01 Abr 2023 - 15h38 | Atualizado em 01 Abr 2023 - 15h38
Papa Francisco afirma que Lula foi condenado injustamente e que Dilma é uma excelente mulher Lorena Bueri

Em entrevista concedia à TV C5N da Argentina, o pontífice da Igreja Católica, o papa afirmou nesta sexta-feira (31) que o presidente Lula (PT) foi condenado sem provas. O papa Francisco ainda reiterou que o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, foi injusto. E que Dilma Rousseff tem as mãos limpas, sem evidências de crime.

Ao ser questionado sobre o chamado lawfare — um termo que significa o uso abusivo da Justiça para fins políticos, que está sendo usado pelo Partido dos Trabalhadores para reprovar a atuação da força-tarefa da Lava-Jato — na América Latina, Francisco lembrou a condenação do petista.

"O lawfare abre o caminho nos meios de comunicação, para impedir que uma determinada pessoa alcance um cargo. Então, eles os desqualificam e colocam ali a suspeita de um crime. Então, fazem todo um sumário, um resumo enorme, e não se encontra nenhuma prova do delito. Mas para condenar, basta o tamanho do sumário. "Onde está o crime aqui?' ‘Sim, parece que sim.” E assim condenaram o presidente Luiz Inácio." — observou o pontífice em entrevista realizada antes de ser internado para tratar a bronquite.

Em seguida, o líder da igreja católica pergunta sobre o ocorrido com a ex-presidenta Dilma. E ele mesmo responde, após o jornalista argentino falar que a ex-presidente foi afastada por "um ato administrativo".

"Eles não conseguiram comprovar. Dilma é uma mulher de mãos limpas, é uma excelente mulher." afirmou Francisco.


Papa Francisco em entrevista a TV C5N. (Foto: Reprodução)
 

Os processos contra Luiz Inácio Lula da Silva foram anulados pelo STF em 2021 por questões técnicas. O juiz Sérgio Moro, que hoje é senador eleito e era o responsável pelo caso, foi considerado parcial para julgar o presidente Lula e os processos deveriam ter a tramitação no DF, e não no Paraná.

Dilma foi afastada em definitivo da presidência da República em 31 de agosto de 2016, seis dias após o início do julgamento no Senado Federal, com 61 votos favoráveis ao impeachment. A votação do processo de impeachment ocorreu nove meses após a abertura, que foi feita pelo então presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ). Na votação anterior entre os deputados federais, 367 parlamentares votaram a favor do impeachment, e 137 votaram contra.

Para os parlamentares, Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade fiscal contra a lei orçamentária ao atrasar os repasses do governo federal para os bancos públicos, prática conhecida popularmente como “pedalada fiscal”. Dilma Rousseff foi a segunda presidente a não concluir o mandato após a redemocratização. Além dela, o ex-presidente Fernando Collor sofreu um impeachment em 1992.

Foto destaque: Papa Francisco. (Foto: Reprodução Vatican News)

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