Todos os anos, cerca de 39 milhões de toneladas de roupas são descartadas de forma ilegal no deserto do Atacama, localizado no Chile. Para tentar diminuir o impacto ambiental causado pelo descarte irregular de organizações brasileiras em parceria com ONGs do Chile se propõem a doar as peças.
O descarte das roupas
Anualmente mais de 59 mil peças de roupas, com defeito de fábrica, não vendidas ou devolvidas chegam ao porto de Iquique, que está localizado em uma área com importação livre no norte do Chile, para serem vendidas ou contrabandeadas. As roupas que não conseguem encontrar um novo destino são descartadas ilegalmente no deserto do Atacama.
Peças de roupas descartadas no deserto do Atacama (foto: reprodução/Martin Bernetti/Getty images embed)
Mesmo com um decreto do governo chileno, proibindo que as roupas sejam descartadas em aterros sanitários comuns (por não serem biodegradáveis), todo ano cerca de 39 milhões de toneladas de roupas são descartadas no deserto do Atacama, muitas delas com etiquetas e prejudicando o meio ambiente.
A ação das ONGs
Buscando conter o impacto ambiental do descarte indiretos da indústria têxtil chilena, as organizações Fashion Revolution, do Brasil, e a Desierto Vestido, do Chile, fecham uma parceria para colocar essas peças, a maioria em bom uso, e dar um novo destino a elas
As roupas sao recolhidas, higienizadas e disponibilizadas no site do projeto, onde podem ser escolhidas gratuitamente pelo usuário, responsável apenas pelo pagamento do frete, que pode chegar em até R$200. O transporte da encomenda é realizado por uma empresa que ajuda a reduzir a emissão de carbono, com o intuito de ser mais sustentável possível.
O objetivo da ação, segundo as organizações responsáveis pelo projeto, é conscientizar a população sobre o impacto ambiental causado pelo descarte irregular de roupas e tecidos, além de realizar algo que as grandes marcas não fazem, ao reutilizar aquilo que eles não consideram lucrativo e torná-lo um produto mais acessível a todos.
Foto Destaque: Roupas descartadas no deserto do Atacama (reprodução/Nicolás Vargas/BBC/G1)