Nesta terça-feira (30), a Organização dos Estados Americanos anunciou que não reconhece o resultado das eleições presidenciais que declararam a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, que ganhou com cerca de 51,02% dos votos. De acordo com o departamento de observação eleitoral da OEA, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela está a favor do governo Maduro e manipulou a eleição para que ele continuasse no poder.
Proclamação sem dados
A OEA apresentou um relatório contendo indícios de que as eleições na Venezuela foram fraudadas. Entre eles, está o fato de que o resultado demorou para ser divulgado, mesmo o país tendo urnas eletrônicas, e que o CNE não apresentou as atas, que servem para mostrar o número de votos em cada local de votação. Além de que os dados divulgados por canais oficiais estão com erros aritméticos. A Organização também mostra outras ilegalidades e práticas ilícitas, nesta e outras eleições, dentro do relatório divulgado.
Em conjunto com a OEA, a líder da oposição, Maria Corina Machado, afirmou que tiveram acesso a 73% dos votos e que estes mostram que o candidato Edmundo González obteve mais que o dobro de votos de Maduro, além de realizar a abertura de um site para divulgar estes dados que comprovam o resultado real das votações. “O que aconteceu mostra, mais uma vez, que a CNE, as suas autoridades e o sistema eleitoral venezuelano estão ao serviço do poder executivo e não dos cidadãos”, afirmou a OEA.
Candidato Edmundo Gonzalez e líder da oposição Maria Corina Machado em protesto contra a reeleição de Nicolás Maduro (Foto: Reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)
Reação e protestos
A Organização, por fim, relata que o resultado não pode ser confiável e reconhecido sem a apresentação de todos os dados eleitorais. Já Maduro, afirma que a Venezuela possui o sistema eleitoral mais transparente do mundo e que as facções de direita estão tentando derrubá-lo do poder.
Protestos contra a vitória de Nicolás Maduro e exigindo a recontagem dos votos foram feitos nas cidades do país, que estão sendo reprimidos pela polícia local, deixando mortos e feridos. Nesta quarta-feira (31), a OEA realizará uma reunião extraordinária para debater sobre o cenário político venezuelano e possíveis ações que devem ser tomadas para garantir a vontade dos cidadãos da Venezuela.
Foto destaque: Nicolás Maduro (Reprodução/Yuri Cortez/Getty Images Embed)
