Rhoda Onyancha, a prefeita da região onde as mortes de uma seita religiosaaconteceram, anunciou neste sábado (13) que o número de vítimas das práticas de jejum extremas de seita religiosa no Quênia subiu para 201. O número pode subir ainda mais com a investigação de cerca de 600 pessoas desaparecidas em aldeias próximas.
O caso da seita do Quênia chamou atenção neste ano, se tratando de membros da Igreja Internacional das Boas Novas incentivando outros a fazerem um jejum total, que, segundo as investigações, seria para “conhecer Jesus”.
As investigações também apontaram que alguns dos membros da Igreja ficavam responsáveis por vigiar os arredores para os membros não desistirem ou tentarem fugir pela floresta Shakahola, onde parte dos corpos foram encontrados em uma vala comum.
A seita religiosa só foi descoberta em abril, quando membros tinham sido achados na floresta e levados para um hospital local, uma mulher ainda se recusava a se alimentar e apresentava sinais de fraqueza. Segundo uma fonte, no fim de abril, o fundador da seita, Paul Makenzie Nthenge, foi preso e iniciou uma greve de fome dentro da prisão.
Paul Makenzie Nthenge em entrevista após as primeiras acausações no dia 24 de março. Wachira Mwangi/Nation media Group
A mídia local também afirmou que Nthenge já tinha sido preso este ano, quando duas crianças da Igreja morreram após jejuarem, mas foi liberado após pagar uma fiança de 100.000 xelins (cerca de R$ 3,7 mil). Ele chegou a dar uma entrevista no dia 24 de março para o “The Nation”, onde ele dizia estar chocado com as acusações feitas contra ele, chegando a dizer que ele tinha fechado a Igreja Internacional Boas Novas da região, e vendido os equipamentos que vinham sendo usados, porque ele tinha tido uma revelação para sair e começar a ser identificado como Senhor Mackenzie.
Rhoda Onyancha informou que Nthenge foi preso no dia 14 de abril, quando os primeiros corpos foram achados. Outras 25 pessoas também foram presas por participarem da organização.
Foto destaque: Membros de seita são achados em vala comum. Reprodução/Stringer/Reuters