Equipe de transição no Itamaraty enfrenta novo impasse nesse período de troca de governo. Após levantarem que o país deve mais de R$ 5 bilhões aos organismos internacionais, grupo corre para evitar a perda do direito ao voto na FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e outras entidades.
Palácio Itamaraty (Foto: Reprodução/ Fundação Getúlio Vargas)
O diplomata Audo Faleiro, os chanceleres Celso Amorim e Aloysio Nunes, e outros nomes que compõem o grupo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva, devem analisar quais dívidas são mais urgentes e precisam ser pagas ainda nos primeiros dias de 2023. O Ministério da Economia divulgou os valores levantados até o momento:
“O Brasil possui hoje um montante de USD 630.730.439,92 de compromissos vencidos até 31 de dezembro de 2021, e USD 329.954.869,21 de compromissos referentes ao exercício 2022, cujos vencimentos devem ocorrer até 31 de dezembro de 2022.” Disse.
“Ao câmbio de hoje de R$ 5,2930 por dólar americano, esses valores de passivo vencido e de compromissos 2022, equivalem em moeda nacional a R$ 3.338.456.218,50 e R$ 1.746.451.122,75, respectivamente”. Completou o Ministério.
Para evitar o desligamento da FAO, o país (que não contribui com a organização desde 2019) deve pagar pelo menos uma parte dá dívida que gira em torno de R$ 5 bilhões. Se não a fizer, a entidade cumprirá sua regra de tirar o direito de participação de decisões internacional, daqueles que não forneceram recursos por, no máximo, dois anos.
A situação do governo brasileiro é vista como “vexame” e “reveladora” por funcionários da agência. O país nunca perdeu sua voz na tomada de decisões no Conselho da FAO e agora, devido aos altos números, transição deve procurar o Congresso para buscar soluções contra o desligamento.
Foto destaque: Finanças. Reprodução/NSC Total