O novo modelo de Carteira de Identidade, disponível desde ontem, (1), irá constar, no verso, se a pessoa deseja doar órgãos após sua morte. Ao fazer o documento, segundo o Ministério da Justiça, será necessário informar se o indivíduo é ou não doador, para que a informação seja inserida na carteira.
Além disso, a inclusão do tipo sanguíneo (A,B e O) e o fator RH (positivo e negativo) e alguns problemas de saúde também poderão ser inseridos no documento.
Porém, mesmo com o documento, ainda é necessário avisar a família sobre o desejo de doar órgãos, já que, no Brasil, a retirada e doação só pode ser feita após autorização de algum familiar.
"Se a família autorizar, aí, sim, é feita a doação. É fundamental as pessoas conversarem na família o desejo delas de serem doadores", disse o médico nefrologista Gustavo Fernandes Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
O principal motivo para a não doação de um órgão é a negativa familiar (Foto: Divulgação/Agência Brasil)
Podem doar órgãos sólidos todas as pessoas que tiveram morte cerebral (encefálica), ou seja, o coração ainda precisará estar batendo.
"[O paciente] já morreu, o cérebro não funciona mais e nunca mais vai funcionar, ele está morto. Ele é considerado morto, o atestado de óbito dele já está pronto – mas o coração ainda está batendo, às custas dos equipamentos, para dar o tempo da retirada dos órgãos. Esse tempo são poucas horas que a gente tem para doar", disse Gustavo.
Podem ser doados coração, fígado, intestino, pâncreas, pulmão, rim, córnea, multivisceral e medula. Ele explica, ainda, que a córnea pode ser doada por qualquer pessoa, independente da causa da morte ou se o coração ainda está batendo.
Gustavo ainda explica que algumas poucas doenças impedem a pessoa de ser uma doadora, como HIV, câncer ou infecção severa no órgão que seria doado.
Foto Destaque: Modelo representativo da nova Carteira de Identidade Créditos: Reprodução/ Governo Federal