Em discurso na Assembleia Geral da ONU sobre a situação na faixa de Gaza e sobre a ação militar contra o Hamas, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, disse que Israel “está vencendo a guerra” e causou uma mistura de reações no local.
Antes mesmo de Netanyahu começar a falar, representantes de algumas delegações abandonaram o plenário, enquanto outros se limitavam a vaiar o primeiro-ministro israelense. O presidente da sessão se sentiu pressionado em pedir ordem e silêncio.
O discurso de Netanyahu
Em seu discurso, entre aplausos e vaias, Netanyahu disse que a guerra pode ter um fim, mas, para isso, o Hamas precisa se render, entregar suas armas e devolver os reféns. Ele concluiu que, se somente uma pessoa inocente morrer, já será uma tragédia.
Ele seguiu o discurso afirmando que deseja uma reconciliação histórica entre árabes e judeus, mas, enquanto o Hezzbollah continuar com a guerra, Israel não terá outra opção. Ele prosseguiu dizendo que o Hezbollah tem atacado Israel há 20 anos de maneira impiedosa, e que não há lugar no Irão que Israel não possa alcançar.
Benjamin Netanyahu em seu discurso na ONU (Foto: reprodução/Stephanie Keith/Getty Images Embed)
Também citou “inimigos selvagens” que, segundo ele, ameaçam a paz mundial, e não apenas Israel. Segundo ele, Israel está defendendo todos contra alguém que ameaça todo um modelo de vida, e que não tolerará mais esta situação.
Sugerindo que “mentiras” foram ditas a respeito de Israel, o primeiro-ministro também se pronunciou como uma espécie de defensor de seu país, e disse que não pretendia comparecer ao local, mas mudou de ideia após ouvir "mentiras" de pessoas que estavam na Assembleia. Disse que, ao contrário do que a maioria dos membros presentes pensam, Israel busca apenas a paz, torce pela paz e vai fazer a paz.
Benjamin Netanyahu em seu discurso na ONU (Foto: reprodução/Spencer Platt/Getty Images Embed)
Finalizando o discurso, o primeiro-ministro citou uma passagem na Bíblia, dizendo que irá enfrentar a mesma escolha atemporal que Moisés enfrentou em Israel há milhares de anos, prestes a entrar na terra prometida. Netanyahu fez uma comparação com que Moisés teria dito, que as gerações futuras poderiam receber bênçãos e maldições; segundo ele, a agressão incessante do Irã é a maldição, e a reconciliação entre judeus e árabes seria a bênção.
Pedido não deverá ser atendido
Com as tensões se amplificando a cada dia, o discurso de Netanyahu pode servir para esquentar ainda mais a situação dos países no Oriente Médio. Apesar do primeiro-ministro propor uma solução de cessar-fogo, com um pedido para seus inimigos entreguem as armas, é provável de que isso não seja atendido, visto que os representantes de países contrários ao Israel não lidaram bem com o pedido já na reunião.
Foto Destaque: Benjamin Netanyahu em seu discurso na ONU (Reprodução/Stephanie Keith/Getty Images Embed)