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Naufrágio do Príncipe de Astúrias: a maior tragédia marítima brasileira

Conhecido como “Titanic brasileiro”, o navio mais luxuoso da Espanha passaria pelo porto de Santos, antes de rumar a Buenos Aires, mas uma mudança na rota ocasionou a morte de 440 pessoas.

15 Ago 2023 - 00h00 | Atualizado em 15 Ago 2023 - 00h00
Naufrágio do Príncipe de Astúrias: a maior tragédia marítima brasileira Lorena Bueri

Em março de 1916, o Príncipe de Astúrias, o transatlântico mais luxuoso da Espanha na época, naufragou na Ponta da Pirabura, na costa de Ilhabela (SP), enquanto se destinava ao porto de Santos (SP).

Com uma ocupação de 588 passageiros e 193 tripulantes, o navio havia saído de Barcelona, na Espanha, com destino a Buenos Aires, na Argentina. Antes de chegar ao rumo, a embarcação deveria passar por Las Palmas, Santos e Montevidéu.

O navio, de 150 metros de comprimento, era semelhante ao Titanic. Possuía desde restaurantes, a biblioteca e sala de música. Tanto os restaurantes, quanto as cabines eram segmentadas em 1ª e 2ª classes, classe econômica e repartição de imigrantes.

Apesar de constituírem quase metade da população a bordo, os imigrantes possuíam quartos pequenos e sem janelas. Enquanto a primeira classe tinha locações com sala e, até mesmo, banheira.


Cabine da primeira classe

Cabine da primeira classe. (Foto: Reprodução/BBC).

“Além da separação por pavimentos, cada classe tinha a sua cozinha e seu restaurante próprio. Assim, a cozinha internacional e requintada da primeira classe servia um cardápio diferente dos demais”, explica o arqueólogo e historiador, Plácido Cali, à BBC.

Naufrágio na penúltima parada

Após 16 dias de viagem, já em terras brasileiras e em meio a madrugada de carnaval, o capitão José Lotina se deparou com uma tempestade, que afetavam a visibilidade.

Para fugir da chuva e, por conseguinte, prosseguir com a viagem, Lotina decidiu alterar o trajeto inicial, que seguia em mar aberto a caminho de Santos.

O capitão, contudo, não tinha conhecimento de que a área para qual rumava era mais rasa, além de ser repleta de corais.

Por volta das 4h15, a embarcação mais luxuosa da Espanha colidiu com formações rochosas em Ilhabela (SP), o que impactou a sua estrutura com a abertura de uma fenda de aproximadamente 40 metros no casco duplo – o mesmo modelo utilizado no Titanic.

O acidente causou uma inundação na casa das máquinas, que explodiu as caldeiras e, por conseguinte, partiu o navio em três pedaços. O naufrágio do Príncipe de Astúrias ocorreu em cinco minutos e levou mais de 440 pessoas à morte, enquanto 143 foram resgatadas.

Naufragado há mais de 100, o navio, conhecido como “Titanic brasileiro”, ainda possui alguns mistérios. Dentre eles, há a suspeita de que a embarcação transportava imigrantes europeus clandestinamente, além do paradeiro dos corpos do capitão José Lotina e do seu primeiro oficial, Antônio Salazar Linas, permanecer desconhecido.

Mergulho aos destroços

O Príncipe de Astúrias chegou ao Brasil em 1916, mas permanece no país até os dias atuais, a uma profundidade de 9 a até 30 metros no litoral paulista. Entretanto, o navio não está inacessível, é possível mergulhar para encontrá-lo.

Por ser uma área de muita movimentação da água e pouca visibilidade, somente mergulhadores profissionais conseguem chegar ao local.

Próximos ao navio, os especialistas dificilmente veem a estrutura da embarcação, mas podem avistar artefatos que a compunham, como banheiras e, até mesmo, pratos.

História do Príncipe de Astúrias em museu

Para além dos passageiros e tripulantes, o navio também realizava o transporte de cargas, como: 12 estátuas de mármore e bronze – que iriam para o Monumento dos espanhóis, em Buenos Aires –, arsenal para a Marinha Argentina e peças de cobre.

Esses artefatos e outros encontrados por moradores foram encaminhados ao Museu Náutico, inaugurado em Ilhabela, em junho de 2022.

Foto destaque: Fotográfia do Príncipe de Astúrias. Reprodução/BBC. 

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