Na sexta-feira (28), a Nasa, divulgou que está considerando prolongar a missão da Starliner de 45 para 90 dias, enquanto a Boeing e a Nasa realizam testes de solo no Novo México para investigar as falhas dos propulsores da espaçonave durante sua primeira parte da viagem.
Após mais de três semanas de uma missão prevista para ser breve, os dois astronautas a bordo da Starliner, responsáveis por pilotar o voo de teste tripulado inaugural da aeronave, continuam integrados à tripulação da Estação Espacial Internacional realizando tarefas de rotina enquanto aguardam uma data definitiva para retornar à Terra. A Nasa garantiu que a Starliner é segura para trazê-los de volta, apesar dos problemas enfrentados na ida à Estação em junho.
O retorno à Terra
O foguete Atlas V da United Launch Alliance (ULA) com a nave espacial CST-100 Starliner da Boeing é lançado em 5 de junho de 2024 (Foto reprodução: Miguel J. Rodriguez Carrillo / AFP/ Getty Images Embed)
O lançamento da primeira missão tripulada da Starliner da Boeing para a Estação Espacial Internacional (ISS) foi um marco para a Nasa, e ocorreu em 5 de junho após atrasos e problemas de segurança. Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, ambos ex-pilotos de teste da Marinha dos Estados Unidos, estão a bordo, mas o retorno inicialmente programado para 12 de junho foi adiado consecutivamente, devido a problemas técnicos.
Os astronautas da NASA Suni Williams e Butch Wilmore, vestindo trajes espaciais da Boeing, acenam enquanto se preparam para deixar o Neil (Foto reprodução: Miguel J. Rodriguez Carrillo / AFP/ Getty Images Embed)
Segundo Steve Stich, responsável pelo Programa de Tripulação Comercial da Nasa, o adiamento do retorno dos astronautas é imprescindível para garantir a prioridade na segurança deles. Ele destacou que a decisão está sendo baseada nos dados coletados sobre os pequenos vazamentos no sistema de hélio e no desempenho dos propulsores durante o encontro e a atracação da nave, visando resolver os problemas identificados antes de permitir que a nave inicie a jornada de volta.
Extensão da missão
Na sexta-feira (28), Stich, divulgou a possibilidade da agência estender a missão da Starliner para 90 dias. A data de retorno dos astronautas à Terra ainda não foi definida. A extensão da missão é motivada pelos testes de solo planejados pela Boeing e pela Nasa no Novo México, que visam investigar as falhas inesperadas dos propulsores da Starliner durante a primeira parte da viagem.
Stich, vice-presidente e Mark Nappi, gerente do Programa de Tripulação Comercial da Boeing, afirmaram que os engenheiros ainda não sabem o que ocasionaram os problemas da Starliner. Segundo explicou Nappi, os testes realizados de solo enquanto o veículo está no espaço, visa minimizar as possíveis razões para o mau desempenho dos propulsores.
Boeing versus SpaceX
A Boeing enfrentou desafios significativos no programa Starliner em comparação com seu concorrente SpaceX, de Elon Musk. Enquanto a SpaceX projetou a Crew Dragon a partir de seu veículo Cargo Dragon já existente, a Boeing teve que projetar a Starliner do zero, resultando em atrasos e custos excessivos.
Embora a SpaceX tenha sido bem-sucedida em realizar voos de teste (desde 2020) e missões de rotina com a Crew Dragon, a Boeing lutou para superar a percepção de um desempenho inferior no Programa de Tripulação Comercial da Nasa. Isso tem sido um desafio adicional para a empresa, que já enfrenta dificuldades na sua divisão aérea em termos de reputação. A Boeing enfrentou desafios e críticas por atrasos, custos elevados e prazos não cumpridos em seu programa Starliner em comparação com o Crew Dragon da SpaceX.
Musk com a SpaceX teve sucesso com o design da Crew Dragon a partir do Cargo Dragon, utilizado durante anos para entregar suplementos para a ISS, enquanto a Boeing teve que projetar a Starliner do zero. A Boeing está tentando superar a percepção de desempenho inferior e reverter sua reputação na indústria espacial. Contrariando as críticas, Nappi na sexta-feira (28), defendeu a Starliner, afirmando que realizaram até agora um voo de teste bem-sucedido, embora esteja sendo visto de maneira bastante negativa.
Foto Destaque: A sede da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) em Washington, DC, EUA.(Reprodução: Celal Gunes/Agência Anadolu /Getty Images Embed)