Paulo Caruso era um dos cartunistas mais importantes do país, em seu trabalho unia humor e política. Paulo Caruso já estava internado no hospital na capital de São Paulo, e hoje, (04/03), ele não resistiu e faleceu.
Paulo Caruso posando para uma foto de forma divertida enquanto cria uma ilustração. (Foto: Reprodução/UOL)
Paulo Caruso era chargista, ilustrador, caricaturista e músico. Como pode-se ver, ele tinha diversas habilidades. Nasceu na capital paulista dia 6 de dezembro de 1994. Paulo Caruso tem um irmão gêmeo, Chico Caruso, que também é cartunista. Apesar de ter uma sólida carreira individual, Paulo nunca deixou seu irmão de lado, sempre tiveram parcerias.
Paulo cursou a faculdade de arquitetura na USO (Universidade de São Paulo) mas nunca chegou a exercer a profissão. Ele tinha uma enorme paixão pela música e por cartum, e em 1985 conseguiu arrumar um jeito de unir essas duas paixões, criou uma banda musical onde todos os integrantes do grupo eram cartunistas.
Uma vez Paulo e Chico foram ao programa Conversa com Bial, onde eles contaram que começaram bem cedo a desenhar, com mais ou menos uns 4 anos, incentivados e guiados pelo avô materno que era pintor. Foi esse mesmo avô quem os ensinou a tocar violão. Contaram que quando tinham 14 anos, a ditadura no Brasil se instaurou. Com 18 anos eles começaram a trabalhar em um jornal, com isso a política se tornou praticamente uma obrigação em suas vidas.
Charge feita pelo cartunista Paulo Caruso. (Foto/ reprodução: Centro Paula Souza)
Paulo começou sua carreira profissional no “Diário popular” no final da década de 60, além disso, colaborou também com os jornais “Folha de São Paulo” e “Movimento”. Nos anos 70 o cartunista foi para o jornal “O Pasquim”, onde trabalhou com grandes nomes que também estavam moldando suas carreiras, como Ziraldo. Em 1988 ele começou a coluna de humor Avenida Brasil, na revista “Isto É”, onde falava com sátira e humor sobre momentos da história política do Brasil.
No ano de 1992, Paulo lançou um livro chamado “Avenida Brasil”, onde ele pôs diversas charges políticas, com foco para época em que Fernando Color de Melo era presidente, que eram publicadas em jornais e revistas. Paulo escreveu também outros livros como: “As Origens do Capitão Bandeira” em 1983; “Ecos do Ipiranga” em 1984; “Bar Brasil na Nova República” em 1986 e “A Transição Pela Via das Dúvidas” em 1989.
Durante sua carreira, Paulo Caruso recebeu diversas premiações, entre elas a de melhor cartunista pela APCA- Associação Paulista dos Critérios de Arte, em 1994.
Foto destaque: Paulo Caruso, um dos maiores cartunistas brasileiros, produzindo mais uma ilustração. Reprodução/Folha de São Paulo.