O Ministério Público de São Paulo, em conjunto com o GAECO, desencadeou uma operação nesta terça-feira (9) para prender dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, suspeitos de conexão com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país. Entre os detidos estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como "Pandora", e Joelson Santos da Silva, ligado a um escritório contábil que supostamente apoiava o esquema criminoso. O principal acusado, Silvio Luis Ferreira, sócio da UPBus, ainda está foragido. Além disso, um quarto homem foi preso, embora não fosse alvo das investigações. A operação contou com a participação de um grande efetivo, incluindo policiais militares, agentes da Receita Federal, membros do Ministério Público e do CADE.
Coletiva de Imprensa com o Ministério Público de São Paulo (Vídeo: reprodução/Youtube.com/MPSP)
Lavagem de dinheiro e ameaças aos cooperados
As empresas de ônibus eram acusadas de serem utilizadas para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes. Segundo as investigações, o esquema envolvia pressão e ameaças aos cooperados para transferir o controle da cooperativa para outra empresa relacionada à Transwolff, além da apropriação de parte da remuneração dos cooperados pelos diretores.
Vínculos com o PCC e crimes anteriores
Os dirigentes da UPBus, conforme as investigações, estavam ligados à cúpula do PCC, e alguns já haviam sido investigados por crimes graves, como homicídios, tráfico de drogas e roubo a bancos. A investigação apontou a presença de outros chefes da facção criminosa na direção da empresa. Durante a operação realizada no imóvel de Sílvio (Cebola), foram encontrados armamentos e munição de grosso calibre.
Medidas tomadas após a operação
O Promotor de Justiça Lincoln Gakiya classificou o dia de hoje (9) como "histórico" e afirmou que o PCC adquiriu contornos semelhantes aos de uma máfia. Como resultado da operação, os bens dos investigados foram bloqueados, os dirigentes devem se afastar dos cargos e medidas cautelares foram impostas. Quanto ao serviço de transporte, o prefeito Ricardo Nunes declarou que não haverá prejuízo para os cidadãos e funcionários, pois a SPTrans assumirá a operação das linhas administradas pelas empresas envolvidas na operação.
Foto Destaque: autoridades destacam caráter interinstitucional da operação "Fim da Linha" (Reprodução: MPSP)