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México e EUA assinam acordo para dispersar imigrantes das fronteiras

Os países assinaram um acordo em que o México deve reportar os refugiados para os seus países de origem. Depois do anúncio, representantes da causa dos direitos humanos protestaram.

26 Set 2023 - 14h43 | Atualizado em 26 Set 2023 - 14h43
México e EUA assinam acordo para dispersar imigrantes das fronteiras Lorena Bueri

Na segunda-feira (25), o México e os Estados Unidos firmaram um acordo que limita a imigração de pessoas pela fronteira dos países. Os grupos a favor dos direitos humanos criticaram a decisão dos países.

Limite nas fronteiras

A nova determinação inclui que o México deve “despressurizar” as pessoas que estão em cidades fronteiriças e pretendem chegar aos EUA. Dessa forma, caso os indivíduos estejam sem documentos, eles serão deportados para os seus países de origem. Os alvos são as cidades do norte do México que fazem fronteira com El Paso e Eagle Pass (Texas) e San Diego (Califórnia). 

O acordo surgiu para que os países se comprometeram em dissuadir as travessias irregulares na fronteira, que ganharam destaque recentemente. Devido ao movimento de imigrantes em todo o Hemisfério Ocidental, um aumento em novos registros chegou aos governos dos EUA e do México.

Entre outras medidas, uma série de ações foi feita para evitar que o sistema ferroviário fosse utilizado como transporte para chegar aos Estados Unidos.


Migrantes próximo a fronteira de El Paso (Foto: reprodução/Reuters/BBC News Brasil)


Repercussão dos grupos

A diretora do projeto de direitos fronteiriços do "Al Otro Lado", Nicole Elizabeth Ramos, disse que o novo pacto não é uma novidade no relacionamento entre o México e os EUA: “Durante anos, o governo dos Estados Unidos gastou bilhões de dólares para forçar o México a fazer o trabalho sujo”, disse Nicole. 

Ela cita alguns exemplos deste “trabalho”, como limitar pessoas que vivem em asilos consigam entrar norte-americano, como as famílias mexicanas que fogem de ameaça que o governo se recusa a protegê-las.

Kimiko Hirota, conselheira política do Programa de Migração e Direitos dos Migrantes, Justiça da Comissão de Mulheres Refugiadas, afirmou que “todos os esforços devem dar prioridade ao aumento da capacidade processual e humanitária em ambos os lados da fronteira, não deportando as pessoas de volta ao mesmo perigo de onde fugiram”. 

A diretora-executiva do Grupo de Trabalho Latino-Americano, Vicki Gass, disse que o novo acordo vai contra as responsabilidades descritas na Declaração de Los Angeles na Cúpula das Américas, que se comprometeram em fornecer tratamentos humanitários para os imigrantes. 

 

Foto destaque: Imigrantes se juntam próximo ao muro que separa México dos Estados Unidos. Reprodução/Reuters/Aimee Melo

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