Os funcionários do metrô de São Paulo irão se reunir em uma assembleia hoje (14) às 18h30 para decidir se entrarão em greve na terça-feira (15). De acordo com o Sindicato dos Metroviários, o ato seria feito para reivindicar a privatização das linhas de metrô e trem, além da terceirização da manutenção da Linha 15.
Reinvindicações dos funcionários
A possível greve dos metroviários acontece em manifestação ao edital que prevê a privatização dos metrôs e trens. Os funcionários desaprovam esta ação do governo de Tarcísio de Freitas, pois argumentam que – diferente do que o governador afirma – a desestatização aumentou os custos dos transportes públicos, além precarizar o serviço.
“Diferente do que o governo diz, não economiza dinheiro do Estado, ao contrário, tem mais gasto porque esses contratos têm garantia de lucro por 30 anos. Além disso, preveem a existência de uma câmara de compensação que permite a retirada de dinheiro do metrô público e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) pública para colocar nessas empresas privadas”, afirma a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa.
Lisboa ainda citou como exemplo as Linhas 8 e 9, comandadas pela Via Mobilidade. Estas linhas, segundo a Folha de São Paulo, chegaram a apresentar em torno de 166 falhas, somente no primeiro ano da privatização.
Trem da Linha 8 descarrilhou em março deste ano. (Foto: Reprodução/William Moreira/Folhapress.)
Os metroviários também protestam contra a terceirização dos serviços de manutenção da Linha 15 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Multa e condições
Apesar de uma possível paralisação, os funcionários do metrô concordaram em trabalhar normalmente, contanto que as catracas sejam liberadas para o uso gratuitos dos transportes.
De acordo com decisão da desembargadora Ivani Contini Bramante, do Tribunal Regional do %Trabalho da 2.ª Região (TRT-2), os metroviários devem manter 70% dos serviços nos horários de pico e 30% nos outros períodos. Caso a ordem não seja cumprida, o Sindicato dos Metroviários deverá pagar multa de R$ 100 mil.
Foto destaque: Trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Reprodução/Rovena Rosa/Agência Brasil.