No último domingo (19) as fortes chuvas que atingiram o Litoral Norte de São Paulo deixou dezenas de mortos. O Meteorologista do Cemaden explicou os fatores que acabaram causando as fortes chuvas. Algumas imagens de satélite mostram que teve algumas nuvens "andando" pelo litoral de São Paulo, em um movimento onde o meteorologista Giovanni Dolif acaba comparando com "cavalo de pau, marcha a ré e estacionamento".
Dolif, que faz parte do Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) acabou fazendo essa interpretação quando analisou as imagens de satélite.
Quanto mais escuro o vermelho, mais carregado de água está a nuvem de chuva. A mancha vermelha, que é a maior, acaba vindo pelo sul onde acompanha a linha do litoral. Em seguida ela faz uma curva ("cavalo de pau") e começa a voltar ("marcha a ré"), parando de sábado para domingo ("estacionou") entre as cidades de São Sebastião e Guarujá.
Frente fria ‘fez cavalo de pau, deu marcha à ré e estacionou' entre São Sebastião e Guarujá (Foto:Reprodução/Cemaden/hashtag.ceu)
Tiveram cinco fatores que acabaram causando esse movimento e também o grande volume de água na precipitação. O primeiro foi a baixa pressão no litoral de São Paulo, o segundo a frente fria que veio pelo mar, a terceira foi os ventos quentes vindo do Nordeste, a quarta as nuvens com muita água e a quinta a cadeia de montanhas da Serra do Mar.
Esses cinco fatores juntos acabaram se encontrando em cima do Litoral Norte de São Paulo, onde parecia que estavam cercando as nuvens e fazendo elas ficarem concentradas em uma só área durante um grande período. Onde parecia uma grande esponja de água que estava sendo espremida por todos os lados.
Dolif explica que a frente fria ficou parada sobre o litoral norte de sábado para domingo. Com isso a chuva torrencial ficou mais tempo caindo.
"Quando a frente fria apenas passa, sem parar, a chuva dura menos tempo," completou.
As fortes chuvas já deixaram ao menos 41 mortos até a tarde de segunda-feira (20). Outras 49 seguem desaparecidas e 2.496 estão desabrigadas ou desalojadas.
Foto Destaque: Imagens feitas por drone mostra destruição da lama na Barra do Sahy, região mais atingida de São Sebastião (Foto:Reprodução/José Ricardo Souza/Sky Imagens)