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Meta anuncia fim dos pagamentos as empresas de notícias australianas

O Premier Albanese criticou a decisão da ‘big tech’ de encerrar acordos, chamando-os de "arrogantes e irresponsáveis". Disputa afeta acesso a notícias e empregos

29 Jun 2024 - 11h00 | Atualizado em 29 Jun 2024 - 11h00
Meta anuncia fim dos pagamentos as empresas de notícias australianas Lorena Bueri

Nesta última sexta-feira (28), o premier australiano, Anthony Albanese, fez críticas às big techs, em especial à Meta Platforms Inct, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp. Segundo Albanese, a empresa está sendo “arrogante e irresponsável” por não renovar acordos de pagamento a organizações de mídia locais. Empresas de mídia noticiosa locais já indicam que reduzirão seus quadros caso a gigante deixe de efetuar os pagamentos referentes às notícias veiculadas nas redes.

Meta anuncia fim dos acordos de pagamento

Em 2021, a Alphabet, dona do Google e YouTube, e a Meta fizeram um acordo para remunerar várias organizações de notícias australianas pelo conteúdo veiculado em suas redes, conforme exigia a nova legislação do país. No entanto, em fevereiro deste ano, a Meta anunciou que não iria renovar os acordos comerciais. Como justificativa, a big tech alegou que cada vez menos usuários estavam utilizando o Facebook para acessar notícias, e que a empresa estaria revendo como fechar novos acordos comerciais após o término dos que estão em vigor. Apesar disso, a empresa garantiu que os usuários da plataforma ainda poderiam compartilhar links de notícias normalmente.

O anúncio da Meta gerou uma reação imediata do governo australiano. O ministro das Comunicações, Paul Fletcher, enfatizou que a Meta é uma das maiores e mais lucrativas empresas do mundo. Segundo Fletcher, a big tech ganha “milhões e milhões de dólares” veiculando conteúdo dos jornais. As empresas de mídia Seven West Media e Nine Entertainment declararam que, com o fim dos acordos, já tiveram que anunciar a diminuição de seus quadros desde a semana passada.


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Anthony Albanese, primeiro-ministro da Austrália (Foto: reprodução/Rohan Thomson/Bloomberg/Getty Images Embed)


Declarações de Albanese e posição da Meta

A tensão escalou ainda mais quando o premier Anthony Albanese chamou as empresas de mídia social de "arrogantes e irresponsáveis". Albanese declarou: “Eles deveriam cumprir os compromissos que haviam assumido anteriormente”. Para o premier, a não manutenção dos pagamentos pela Meta pode custar a sobrevivência das redações locais.

Mia Garlick, diretora de política regional da Meta, afirmou a um comitê parlamentar que “todas as opções estavam sobre a mesa”, incluindo a possibilidade de retirada das notícias em suas plataformas, caso o governo obrigasse a empresa a cumprir o código de negociação da mídia noticiosa.

Discussão no Brasil e no mundo

A Austrália foi pioneira ao abrir a discussão sobre o pagamento aos editores de notícias, influenciando vários países ao redor do mundo que seguiram o mesmo entendimento. Em abril deste ano, o Canadá, que tem uma lei com a mesma finalidade desde 2023, viu especialistas expressarem preocupações de que, se as big techs parassem de publicar notícias de veículos tradicionais, poderia haver um aumento no risco de desinformação, especialmente em anos eleitorais.

Aqui no Brasil, a discussão acontece através do PL 2630/2020, conhecido como “PL das Fake News”, que está parado na Câmara dos Deputados desde junho de 2023. O projeto ainda está cercado de polêmicas, e o tema aqui no país tem muita dificuldade de avançar.

Foto destaque: logotipo Meta e Facebook (Reprodução/Beata Zawrzel/NurPhoto/Getty Images Embed)

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