Na última madrugada na Barra da Tijuca na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quatro médicos, três de São Paulo e um da Bahia, que vieram para um congresso de ortopedia no Rio de Janeiro, foram brutalmente atacados por homens encapuzados que desceram de um carro branco, encapuzados e dispararam cerca de 33 tiros contra eles. Dos quatro médicos, três morreram na hora e um foi socorrido com vida e levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, no mesmo bairro, onde passa por uma cirurgia ortopédica nesse momento, e seu estado se encontra estável.
As vítimas fatais foram Marcos Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim, e o sobrevivente é Daniel Proença, de 32 anos.
Irmão e cunhado de políticos
Um dos médicos brutalmente assassinado, Diego Ralf de Souza Bomfim, era ortopedista e irmão da deputada federal pelo estado de São Paulo, Sâmia Bomfim, e cunhado do também deputado federal, mas pelo Rio de Janeiro, Glauber Braga, ambos do PSOL.
Uma das vítimas, Diego Bomfim, era irmão de Sâmia, à esquerda, e cunhado de Glauber, à direita, deputados federais (Foto: reprodução/Twitter/X/@samiabomfim)
Participariam de congresso
As vítimas estavam no Rio de Janeiro para um congresso de ortopedia sobre especialização em pés e que acontece a cada quatro anos. Eles chegaram na quarta-feira (04) e jantaram no hotel. Após a refeição decidiram sair, pois ele ficava de frente para a praia e do quiosque onde foram mortos. Estavam em momento de lazer, aproveitando o tempo livre antes do início do evento nesta quinta-feira (05).
Dinâmica do crime
Segundo imagens de câmeras de segurança do quiosque onde o crime aconteceu, um carro da cor branca parou próximo ao quiosque, na Avenida Lucio Costa, Barra da Tijuca, e saíram três homens encapuzados e armados e efetuaram cerca de 33 tiros contra os médicos.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro, PMRJ, do 31º BPM foi acionada e encontraram quatro pessoas baleadas. Logo depois o Corpo de Bombeiros chegou ao local e prestou os primeiros socorros a eles, além de verificarem três mortos, o quarto ainda com ferimentos foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Testemunhas afirmaram à Globo News que não houve interação entre os bandidos e as vítimas, que chegaram atirando e que durou menos de um minuto todo o crime.
Investigações
A Delegacia de Homicídios da capital, Rio de Janeiro, investiga o caso com auxílio da Polícia Civil de São Paulo, que enviou dois delegados e seis investigadores e o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, ordenou que a Polícia Federal acompanhe de perto as investigações.
Os investigadores acreditam que o depoimento de Daniel Proença, o sobrevivente, poderá ajudar a elucidar o caso. Após passar por cirurgia, e estiver apto, a polícia deverá colher seu depoimento.
Última foto tirada dos médicos, momentos antes do crime acontecer (Foto: reprodução/Twitter/X/@G1)
Pronunciamento
O governo do estado do Rio de Janeiro havia convocado uma entrevista coletiva para falar sobre o caso, as 11 horas da manhã, porém houve um atraso e a entrevista acabou virando um pronunciamento de cerca de 10 minutos, onde os representantes da Polícia Civil do Rio, da Polícia Federal, do diretor da Delegacia de Homicídios (DH) e representantes do Ministério Público apenas falaram e se recusaram a responder perguntas de repórteres.
O delegado da Polícia Civil carioca afirmou que toda a estrutura da segurança pública está à disposição dos investigadores, que a Polícia Federal está trabalhando conjuntamente para elucidar o crime, o representante da DH disse que estão empenhados em recolher provas e o Ministério Público destacou uma equipe especial para acompanhar de perto as investigações. Câmeras de segurança do local, assim como as de trânsito, foram requisitadas pelos investigadores para poderem entender melhor o que aconteceu após o assassinato.
Durante o pronunciamento, que não houve espaço para perguntas, a Polícia Civil não disse qual a linha que está sendo seguida para a investigação do crime contra os médicos.
Notas
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, disse que determinou todos os recursos necessários para que se encontre os autores desse crime, que ele chamou de bárbaro. Já o Governador de São Paulo, onde três dos quatro médicos eram nascidos, Tarcísio de Freitas, disse em nota nas redes sociais que lamenta o ocorrido e que conversou com o governador fluminense e que mandou uma equipe de investigadores para acompanhar o caso.
O PSOL, partido da deputada federal Sâmia Bonfim, irmã de uma das vítimas, disse também que está prestando solidariedade à família das vítimas, e que espera que o caso seja investigado de forma rigorosa e eficiente.
Foto destaque: Perseu Ribeiro Almeida, Diego Ralf de Souza Bomfim e Marcos Andrade Corsato, da esquerda para a direita. Reprodução/Twitter/X/@metropoles