Os focos de incêndio na Mata Atlântica tiveram o aumento de 42 % no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Segundo Instituto Nacional de pesquisas Espaciais (Inpe) de janeiro a junho de 2024 ouve um aumento de mais de 1.000 casos de focos de incêndio.
O Estado do Rio de Janeiro onde sua vegetação é característica da Mata Atlântica teve um aumento de mais de 400% e sua crescente está sendo no mês de junho, resultando assim no aumento de riscos já que a estação seca.
Os dados são claros, do dia 01 ao dia 21 de junho foram detectados 110 focos de incêndio apenas no Estado do Rio de Janeiro; tendo como destaque o que se alastrou no mais antigo parque nacional do Brasil Itatiaia atingindo cerca de 300 hectares de plantas raras. O número de focos em áreas naturais saltou de 472 para 1.009 no mesmo período.
Mata Atlântica pegando fogo no Estado do Rio de janeiro Foto: reprodução/Brigada Voluntária Guáras do Fogo/O globo)
Quando comparado ao Pantanal na qual já foram consumidos mais de 500 hectares apenas esse ano, o número parece pequeno. Porém, floresta atlântica é o mais devastado dos biomas, reduzida a fragmentos, todos eles cercados por cidades.
Segundo O biólogo Izar Aximoff, a mata atlântica em seus pequenos fragmentos guarda uma grande biodiversidade. Mas, observa-se que o bioma não possui nenhuma adaptação ao fogo e que as espécies não evoluíram pós incêndios.
O bioma da mata atlântica acopla 70% dos brasileiros e é responsável pelo clima e pela água. Porém, a grande floresta foi reduzida a vários fragmentos e apenas 24% do bioma, são equivalentes a 1 hectare (1 campo de futebol); se considerar apenas o que pode ser considerado floresta com mais de 100 hectares resta apenas 7 %.
Motivos que acarretaram nos focos de incêndios
Maiores causadores de incêndios são as ações humanas: o fogo iniciado para limpar pasto, queimar lixo, balões, uso indevido de fogareiros, cigarros e 90% desses incêndios ocasionados são em áreas naturais.
Fogo se alastrando na Mata Atlântica Foto: reprodução/Brigada Voluntária Guáras do Fogo/O globo)
A estação da seca começou antes do previsto nas regiões que se esperava chuvas: Sudeste, o Centro-Oeste e uma parte da Amazônia, segundo o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador de Operações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Para freia o aumento da seca faz-se necessário a preservação e conscientização da população, segundo Carlos Dário Moreira, gestor do Parque Estadual da Pedra Selada (PEPS); ele reforça que os focos se iniciam com fogo ateado para queimar lixo e limpar campo e que também por práticas criminosas como balão.
— As pessoas precisam entender que vivemos num novo tempo, um tempo do fogo. Todo cuidado é pouco — enfatiza Moreira.
Foto destaque: Brigadeiros em combate ao Incêndio na Mata Atlântica (Reprodução/O Globo)