A nova gestão governamental do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem enfrentando alguns problemas no início de 2023. Pese os problemas enfrentados devido os atos golpístas do mês passado, a questão agora é quanto a elevada taxa de juros.
O atual patamar da taxa de juros do Selic, que está em 13,75% ao ano recebeu críticas de Lula. O presidente vinculado ao PT reclamou da política monetária conduzida pelo Banco Central e sua atual liderança ressaltando inclusive que vê a necessidade de explicações ao Congresso.
Campos Neto agora é alvo do senado e de Ministros do governo Lula. (Foto: Reprodução/Agência Senado)
Durante um evento matinal (com café da manhã) com jornalistas "independentes" e de mídias alternativas, Lula questionou a autonomia do Banco Central (estabelecida por lei aprovada no Congresso Nacional em fevereiro de 2021) perante os 41 jornalistas presentes no evento. Na visão do presidente do Brasil, o atual líder do Banco Central (Roberto Campos Neto) tem muito mais responsabilidade do que tinha seu antecessor (Henrique Meirelles, que foi líder do banco nos mandatos anteriores de Lula).
Quando questionado com algumas perguntas sobre o assunto, o presidente deixou claro seu entendimento da situação:
“Naquele tempo que o Meirelles era do Banco Central, era fácil jogar a culpa no presidente da República. Agora não. Agora a culpa é do Banco Central, porque o presidente não pode trocar o Banco Central. É o Senado que pode mexer ou não (...) de qualquer forma, como eu não conheço o presidente do Banco Central bem (estive uma única vez com ele), eu sempre parto do pressuposto que as pessoas estão com boa fé, de que as pessoas estão com boa vontade, de que ele quer sentar, de que ele quer consertar a economia brasileira, de que a economia precisa voltar a crescer. E, para a economia voltar a crescer, é preciso que os juros sejam acessíveis pela parte dos investidores brasileiros.” - Luiz Inácio Lula da Silva
Apesar do indício de polêmica, Lula ressaltou não querer novos problemas, mas cobrou Fernando Haddad, Simone Tebet (Ministros da Fazenda e Planejamento, respectivamente) e os senadores a ficarem atentos com todo proceder da questão do Banco Central. Com isso espera-se que o crescimento do país esse ano seja lento e a hipótese de demissão de Campos Neto antes do fim do mandato (que acaba em 2024) seja cogitada caso as coisas não melhorem.
Vale salientar que Haddad e Tebet integram, junto com Campos Neto, o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão esse que determina a meta de inflação a ser atingida pelo país. Tal determinação direciona o Banco Central na condução da política monetária.
Foto Destaque: Presidente Lula quesitonou o chefe do Banco Central e as diretrizes da instituição. Reprodução/Reuters.