Nesta sexta-feira (4), em entrevista à CNN Brasil, o ex-diretor do Banco Central e sócio da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo, falou sobre como está o caminho da transição do governo eleito e o futuro dos pagamentos do auxílio aos mais vulneráveis no valor de R$ 600, além do aumento do salário mínimo, promessa de ambas as campanhas.
O ex-Banco Central pontuou que, antes das eleições, analistas já previam pressão e aperto no orçamento muito grande para o ano de 2023 e que isso, consequentemente, seria uma das dores de cabeça do novo governo.
“Algum espaço [para o orçamento] vai ser criado, faz parte do processo, mas deve vir com um arcabouço. Hoje, a maior fragilidade do governo é a dívida, e é a maior comparando com outros países emergentes”, alerta ele.
Luiz Fernando Figueiredo. (Foto: Reprodução/Exame)
Referente à estratégia que os agentes de transição estão traçando, Luiz Fernando Figueiredo diz que existem várias pistas surgindo, mas muitas mudanças podem acontecer até a posse.
“Quando se olha o que está se configurando, com muita incerteza no caminho, é que este governo foi eleito por um grupo enorme de partidos, não só de esquerda. No Congresso, já está se discutindo bastante uma articulação para que esse mandato tenha uma base, o que significa que será um governo mais ao centro, e não tanto a esquerda”, aponta o ex-Banco Central.
Acompanhe a entrevista:
Luiz Fernando Figueiredo em entrevista à CNN Brasil. Reprodução/CNN Brasil Business
Novo governo
Eleito com mais de 60 milhões de votos, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva será diplomado ainda este ano e empossado no dia 1 de janeiro de 2023.
Sobre a composição do novo governo, os nomes ainda são incertos. Contudo, nomes como Fernando Haddad, Flávio Dino, Simone Tebet, Henrique Meirelles, Marina Silva, entre outros, são cotados para o Ministério Educação, Ministério da Justiça, Ministério da Cidadania, Ministério da Economia e Ministério do Meio Ambiente, respectivamente.
Foto destaque: Luiz Fernando Figueiredo em entrevista à CNN Brasil. Reprodução/CNN Brasil