A Justiça da Venezuela determinou, nesta segunda-feira (02), a prisão de Edmundo González, ex-candidato à presidência do país, após pedido do Ministério Público. A decisão foi tomada depois que González ignorou três intimações para prestar depoimento sobre acusações. O Ministério Público venezuelano acusa o ex-candidato de realizar atividades que excedem sua jurisdição, violando as leis eleitorais do país e ameaçando a legitimidade do processo eleitoral após a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site.
Acusações e defesa de González
As acusações contra Edmundo González incluem a falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas, associação criminosa e usurpação de funções da autoridade eleitoral, o governo afirma que as atas divulgadas são falsas e que González teria feito uma tentativa de fraudar o sistema eleitoral.
Pedido de prisão contra candidato opositor Edmundo González, expedida em 2 de setembro de 2024 (Foto: Reprodução/Instagram/@mpublicove)
A defesa de González, por outro lado, rejeita veementemente essas acusações, classificando-as como infundadas e politicamente motivadas. A líder da oposição, María Corina Machado, que anteriormente já havia criticado o pedido do MP para a prisão de González, voltou a fazer críticas ao comportamento de Maduro e ao mandado de prisão. "Maduro perdeu completamente o contato com a realidade. O mandado de prisão emitido pelo regime para ameaçar o presidente eleito Edmundo González ultrapassa uma nova linha que apenas fortalece a determinação do nosso movimento. Os venezuelanos e as democracias ao redor do mundo estão mais unidos do que nunca em nossa busca pela liberdade", afirmou Corina Machado.
Preocupações internacionais
A ordem de prisão contra Edmundo González gerou preocupação entre organizações internacionais de direitos humanos, que veem a medida como uma tentativa de reprimir a oposição e silenciar críticos do governo. O governo da Argentina rejeitou o mandado de prisão de Edmundo, além de fazer um alerta para a comunidade internacional, abordando uma possível onda de radicalização do regime que visa criminalizar as forças democráticas venezuelanas.
Até o momento, não se sabe sobre o paradeiro de Edmundo González. E a situação permanece tensa e incerta, o que resta é esperar para saber como o governo vai proceder a partir daqui e quais serão os próximos passos da oposição para o futuro da política venezuelana.
Foto destaque: Edmundo González durante coletiva de imprensa (Reprodução/Federico Parra/AFP/Getty Images Embed)