O Observatório europeu Copernicus anunciou, nesta terça-feira (08), dados que confirmam que julho deste ano é o mês mais quente já registrado na história do planeta. De acordo com as pesquisas, as temperaturas registradas ficaram 0,33oC acima do recorde anterior, marca alcançada em julho de 2019.
A partir disso, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que a humanidade saiu da era do aquecimento global e está adentrando na chamada “ebulição global”.
António Guterres em reunião (Foto: Reprodução/UN News)
Fenômenos dos últimos meses
Além do estudo recentemente publicado, a rede científica World Weather Attribution (WWA) concluiu que fenômenos climáticos como as ondas de calor na Europa e nos Estados Unidos seriam "praticamente impossíveis" de terem acontecido sem as as atividades humanas.
O processo do aquecimento global está sendo acelerado por ações humanas que prejudicam o meio ambiente, como a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) utilizada em todo o globo. As temperaturas médias na atmosfera neste período foram 0,72ºC maiores que as outras registradas para o mês de julho entre os anos de 1991 e 2020.
Nesse sentido, a vice-diretora do serviço europeu Copernicus sobre Mudanças Climáticas (C3S), Samantha Burgess, alertou sobre as severas implicações das altas temperaturas sobre o planeta.
“Acabamos de testemunhar as temperaturas globais do ar e as temperaturas globais da superfície dos oceanos estabelecendo novos recordes históricos. Os recordes têm consequências terríveis para as pessoas e para o planeta, que estão expostos a eventos extremos cada vez mais frequentes e intensos”, disse.
Onda de calor provoca incêndio nos Estados Unidos (Foto: Reprodução/David Swanson/AFP)
Os oceanos e as geleiras são dois pontos gravemente afetados pelo aumento das temperaturas, fazendo com que a superfície do mar fique mais elevada e o gelo marinho antártico diminua seu nível.
Acordo de Paris de 2015
O Acordo de Paris de 2015 é um acordo internacional que visa limitar o aumento da média da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, que envolvem dados coletados a partir de anos. No entanto, Samantha Burgess destacou a urgência da situação após comparar a temperatura média global de julho deste ano com a marca atingida do tratado, 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
O Observatório pondera que “espera um final de ano relativamente quente com o desenvolvimento do fenômeno do El Niño". Em conclusão, especialistas afirmam que os recordes ainda estão em aberto e poderemos ver outros a serem batidos no resto da temporada de 2023.
Foto destaque: Termômetro com alta temperatura em dia de sol na cidade. Reprodução/iStock