Julgamento do Caso Joaquim começa hoje (16) às 10h no Fórum de Ribeirão, após quase 10 anos do início do caso. Júri popular deve durar pelo menos 6 dias e serão ouvidas diversas testemunhas. Em novembro de 2013, Joaquim Ponte Marques desapareceu em Ribeirão Preto; cinco dias depois, o menino de 3 anos foi encontrado morto no Rio Pardo, em Barretos, a 100 km de distância. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) não apontou marcas de agressão ou água nos pulmões de Joaquim.
Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi encontrado morto em novembro de 2013. (Foto: reprodução/Facebook/@LUTOJoaquimPonteMarques)
Ministério Público aponta insulina como causa da morte de Joaquim
Promotor responsável pelo caso, Marcus Túlio Nicolino afirma que recursos apresentados pelas defesas dos réus, o padrasto e a mãe de Joaquim, levou a demora no julgamento.
O Ministério Público, com base nas mais de 6 mil páginas de documentação do processo, aponta para a aplicação excessiva de insulina em Joaquim como causa da morte. As evidências incluem vídeos que mostram a compra de insulina por Guilherme Longo e a falta de doses do medicamento em casa. O padrasto, extraditado da Espanha em 2018, é o principal foco das acusações.
Estratégias das defesas de Natália Ponte e Guilherme Longo
A defesa de Natália Ponte e Guilherme Longo baseia-se na ausência de provas diretas que os liguem à morte de Joaquim — não foi encontrada insulina no corpo da criança e não houve análise de lençóis ou imagens de câmeras de segurança que os incriminem.
Guilherme Longo, acusado de matar o enteado Joaquim, fugiu em 2016 e foi extraditado da Espanha em 2017. (Foto: reprodução/X/@CrimesReais)
Natália Ponte responde em liberdade desde 2014, sendo acusada de omissão por não proteger o filho. Guilherme Longo, extraditado da Espanha em 2018, ficou preso por mais de dois anos e fugiu do país em 2016. Em 2015, Longo confessou seu vício em cocaína durante interrogatórios.
Relembre o caso
- Novembro de 2013: Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desaparece em 5 de novembro, em Ribeirão Preto; corpo é encontrado cinco dias depois no Rio Pardo, Barretos. Mãe e padrasto, Natália Ponte e Guilherme Longo, são presos temporariamente. Investigação inicial foca em excesso de insulina como causa da morte, mas exames não confirmam.
- Dezembro de 2013: Natália Ponte é libertada após concessão de habeas corpus; Guilherme Longo permanece detido.
- Fevereiro de 2016: Guilherme Longo consegue habeas corpus sendo liberado. Em dezembro do mesmo ano, Longo foge do Brasil para o Uruguai e depois para a Espanha.
- 2017: Guilherme Longo é preso em Barcelona em abril. Em maio, o Brasil formaliza pedido de extradição, concedido pela Espanha em outubro.
- Janeiro de 2018: Guilherme Longo é extraditado para o Brasil e encaminhado para a Penitenciária Tremembé II, e ainda aguarda julgamento.
- Outubro de 2023: Início do julgamento de Natália Ponte e Guilherme Longo, com duração estimada de 6 dias.
Arthur Paes Marques, pai de Joaquim, está em Ribeirão Preto para acompanhar julgamento do padrasto e da mãe.
Foto destaque: O menino Joaquim Marques. Reprodução/Facebook/LUTOJoaquimPonteMarques.