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Julgamento do Caso Joaquim começa hoje após quase uma década

Júri popular de Guilherme Longo e Natália Ponte pela morte de Joaquim deve durar 6 dias. Acusação aponta insulina como causa da morte; defesas alegam falta de provas.

16 Out 2023 - 09h46 | Atualizado em 16 Out 2023 - 09h46
Julgamento do Caso Joaquim começa hoje após quase uma década Lorena Bueri

Julgamento do Caso Joaquim começa hoje (16) às 10h no Fórum de Ribeirão, após quase 10 anos do início do caso. Júri popular deve durar pelo menos 6 dias e serão ouvidas diversas testemunhas. Em novembro de 2013, Joaquim Ponte Marques desapareceu em Ribeirão Preto; cinco dias depois, o menino de 3 anos foi encontrado morto no Rio Pardo, em Barretos, a 100 km de distância. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) não apontou marcas de agressão ou água nos pulmões de Joaquim.


Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi encontrado morto em novembro de 2013

Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi encontrado morto em novembro de 2013. (Foto: reprodução/Facebook/@LUTOJoaquimPonteMarques)


Ministério Público aponta insulina como causa da morte de Joaquim

Promotor responsável pelo caso, Marcus Túlio Nicolino afirma que recursos apresentados pelas defesas dos réus, o padrasto e a mãe de Joaquim, levou a demora no julgamento.

O Ministério Público, com base nas mais de 6 mil páginas de documentação do processo, aponta para a aplicação excessiva de insulina em Joaquim como causa da morte. As evidências incluem vídeos que mostram a compra de insulina por Guilherme Longo e a falta de doses do medicamento em casa. O padrasto, extraditado da Espanha em 2018, é o principal foco das acusações.

Estratégias das defesas de Natália Ponte e Guilherme Longo

A defesa de Natália Ponte e Guilherme Longo baseia-se na ausência de provas diretas que os liguem à morte de Joaquim — não foi encontrada insulina no corpo da criança e não houve análise de lençóis ou imagens de câmeras de segurança que os incriminem. 


Guilherme Longo, acusado de matar enteado, fugiu em 2016, sendo extraditado da Espanha em 2017

Guilherme Longo, acusado de matar o enteado Joaquim, fugiu em 2016 e foi extraditado da Espanha em 2017. (Foto: reprodução/X/@CrimesReais)


Natália Ponte responde em liberdade desde 2014, sendo acusada de omissão por não proteger o filho. Guilherme Longo, extraditado da Espanha em 2018, ficou preso por mais de dois anos e fugiu do país em 2016. Em 2015, Longo confessou seu vício em cocaína durante interrogatórios.

Relembre o caso

  • Novembro de 2013: Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desaparece em 5 de novembro, em Ribeirão Preto; corpo é encontrado cinco dias depois no Rio Pardo, Barretos. Mãe e padrasto, Natália Ponte e Guilherme Longo, são presos temporariamente. Investigação inicial foca em excesso de insulina como causa da morte, mas exames não confirmam.
  • Dezembro de 2013: Natália Ponte é libertada após concessão de habeas corpus; Guilherme Longo permanece detido.
  • Fevereiro de 2016: Guilherme Longo consegue habeas corpus sendo liberado. Em dezembro do mesmo ano, Longo foge do Brasil para o Uruguai e depois para a Espanha.
  • 2017: Guilherme Longo é preso em Barcelona em abril. Em maio, o Brasil formaliza pedido de extradição, concedido pela Espanha em outubro.
  • Janeiro de 2018: Guilherme Longo é extraditado para o Brasil e encaminhado para a Penitenciária Tremembé II, e ainda aguarda julgamento.
  • Outubro de 2023: Início do julgamento de Natália Ponte e Guilherme Longo, com duração estimada de 6 dias.

Arthur Paes Marques, pai de Joaquim, está em Ribeirão Preto para acompanhar julgamento do padrasto e da mãe.

 

Foto destaque: O menino Joaquim Marques. Reprodução/Facebook/LUTOJoaquimPonteMarques.

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