Juana Lazo Díaz, conhecida como "Dona de Lurigancho", é uma lenda viva que circunda uma das prisões mais temidas da América Latina. Um caso intrigante e curioso, no qual a mulher peruana habita um mundo prisional há quase três décadas, sem ter cometido nenhum crime, ou seja, uma vida dentro de uma prisão sem ser uma presidiária, com uma rotina e hábitos distantes das atividades ilícitas.
Desde 1966, Juana Lazo Díaz reside em uma casa de 250 metros quadrados no topo de uma colina a leste de Lima. Seu pai ocupou a casa quando a prisão de Lurigancho foi construída para aliviar a superlotação de outras prisões.
Antes disso, a família morou na prisão de Cepa na selva de Ucayali. A casa em que Juana viveu sua vida foi incluída na expansão da prisão, um equívoco cometido pelo Instituto Penitenciário Nacional.
Juana vive isolada em sua casa, enquanto a prisão continua superlotada com 9.053 detentos. Ela recebe permissão especial para entrar e sair livremente, mas as visitas são raras. Aos 27 anos, ela se tornou uma excentricidade: presa em uma prisão sem ter cometido nenhum crime. Além de ter sua rotina aprisionada, ela precisa diariamente subir e descer a colina para acessar sua casa. Ela também não recebe visitantes, e sua única fonte de subsistência é a pensão do marido e a venda ocasional de pão de atum.
Mulher peruana ao redor da sua casa localizada dentro da prisão. (Foto:reprodução/El Comercio.)
Enquanto enfrenta a incerteza de sua situação legal, Juana busca um lugar tranquilo para passar seus últimos anos. Ela espera por justiça e uma indenização pelo sofrimento que enfrentou como vizinha da prisão de Lurigancho.
Apesar de ter sua vida roubada pela solidão de morar cercada e longe de uma realidade normal, ela é uma figura sorridente, contando piadas e compartilhando sua perspectiva sobre a política do país.
Foto destaque: Juana Lazo Díaz em sua casa localizada dentro da prisão de Lurigancho. Foto:reprodução/El Comercio.