Após o anúncio da morte da jovem iraniana Mahsa Maini, na sexta-feira (16), começou uma onda de protestos no Irã. O incidente ocorreu após a “polícia da moral” abordar e deter Mahsa por estar usando o véu de forma inadequada, segundo eles, que são os encarregados de observar e impor as regras de vestimenta que o regime iraniano determina as mulheres. Dentre outras regras, no Irã as mulheres não podem usar roupas justas, jeans rasgados, roupas de cores mais fortes e devem sempre cobrir os cabelos.
Nos protestos realizados na capital, Teerã, algumas mulheres se manifestaram contra as regras rígidas impostas pelo regime e outras em relação à hostilidade dos policiais desta corporação cujo trabalho é especificamente o de repreender mulheres que não estão vestidas de forma adequada às regras iranianas.
Mulheres iranianas. Foto (Reprodução/Ebrahim Noroozi /AP)
O uso do “hijab”, o véu na cabeça é obrigatório, porém algumas regiões da capital do Irã tem conceitos diferentes em relação à vestimenta. Enquanto na parte Sul, que é mais pobre, o uso do chador (roupa que cobre o corpo todo, exceto o rosto) é mais comum, no Norte, onde o padrão econômico é mais elevado, as mulheres usam roupas mais informais.
A morte de Mahsa Maini trouxe à tona novamente discussões sobre os preceitos do regime iraniano, tanto por meio dos protestos dentro do próprio país, quanto em outras partes do mundo, através de questionamentos sobre a rigidez das regras impostas às mulheres e do uso de força no controle da aplicação destas regras. Mulheres iranianas em diferentes países se manifestaram queimando véus e cortando seus próprios cabelos.
Foto destaque: cartaz de protesto pela morte de Mahsa Amini (Reprodução/Stephanie Keith/Getty Images via AFP)