Nesta segunda-feira (10), o médium João de Deus foi condenado em mais três processos, totalizando quase cem anos de prisão, pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual. Esses processos envolvem oito vítimas, e a sentença determinou que cada uma delas seja indenizada em R$ 100 mil. A defesa de João Teixeira de Faria afirmou que ainda não tem conhecimento da nova sentença e aguardará a intimação para recorrer.
Apesar da condenação atual ser em regime fechado, João de Deus continua em prisão domiciliar. Há mais quatro processos em fase final de julgamento, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado. A defesa de João de Deus acredita em sua inocência, afirmando que ele não cometeu nenhum crime, e planeja recorrer de todas as sentenças, que totalizam 370 anos, 9 meses e 15 dias.
Preso em 2018 após várias denúncias divulgadas pela mídia, João de Deus teve sua prisão domiciliar concedida no início da pandemia, devido à sua idade avançada (atualmente com 81 anos), e o Ministério Público indica que essa condição deve ser mantida.
João de Deus em registro penitenciário (Foto: Reprodução/Polícia Civil de Goiás/A Hora)
A maioria dos crimes ocorreu na Casa Dom Inácio, em Abadiânia, Goiás. Os abusos aconteciam sob o pretexto de "tratamento" enquanto os fiéis acreditavam na cura, por isso a maioria dos casos é classificada como estupro de vulnerável, caracterizado quando a vítima não pode oferecer resistência. Apesar dos processos em andamento, a Casa Dom Inácio continua aberta, embora com um número muito menor de visitantes em comparação ao passado, quando chegava a receber 10 mil turistas em uma semana.
O caso de João de Deus despertou discussões importantes sobre a necessidade de maior proteção às vítimas de abuso e a importância de uma investigação rigorosa para garantir justiça. À medida que os demais processos avançam, espera-se que a verdade seja esclarecida e que as vítimas encontrem algum conforto e reparação pelos danos sofridos.
Foto Destaque: João de Deus no Fórum Central de Aparecida de Goiânia. Wildes Barbosa/Jornal O Popular