Após a prisão de Giovanni Bezerra na madrugada da segunda-feira (11), acusado de estupro, outro hospital em que o médico atuava terá investigação com pelo menos 20 pacientes. Os pais do anestesista começam a esvaziar o seu apartamento com pedido do proprietário do imóvel.
A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti vai investigar, no Hospital Estadual da Mulher de Mesquita, outras 20 mulheres que foram pacientes do anestesista Giovanni Quintella Bezerra. O médico está preso e foi atuado em flagrante por estupro, está passando agora por seis investigações e terá outras, segundo a Deam.
A delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia, o anestesista deve ser considerado “um criminoso em série”. “A gente já sabe que a sedação era desnecessária. Acredito que ele as sedava para cometer o crime. Por conta disso, ele já comete também uma violência obstétrica”, completou ainda a delegada: “Pela repetição, são ações criminosas que observamos e, pela característica compulsiva das ações dele, podemos dizer que ele é um criminoso em série”.
Giovanni Bezerra. (Foto: Reprodução/G1)
A delegada conversou com a vítima nesta quarta-feira (13) por telefone. Teve ajuda do marido da vítima para lhe contar o que havia ocorrido, dizendo a que foi estuprada pelo anestesista enquanto estava em trabalho de parto. Bárbara Lomba comentou que a vítima “está muito indignada, revoltada e chateada” pelo que passou.
Devido ao acontecimento, o proprietário do prédio onde Giovanni morava pediu que o local fosse esvaziado às pressas. Os pais do médico são separados e estão sem chão com a notícia, entretanto, foram imediatamente obedecer as ordens do proprietário. Chegam na mobília entre 6h e 7h, sempre sérios e nunca conversam com a vizinhança. O pai do anestesista também é médico, tem 41 anos e administra uma clínica de ginecologia.
Pessoas do convívio de Giovanni mencionaram que ele era extremamente reservado, não conversava com ninguém, entretanto, a sua rotina de ir para a academia era de conhecimento de todos. “Ele era extremamente vaidoso, às vezes ficava na academia até o último horário. Treinava com personal trainer e nunca batia papo com ninguém”, comentou uma pessoa em anonimato.
A vizinhança relata que é difícil falar sobre o médico, já que ele era reservado, não recebia amigos no apartamento mas estava acostumado a ter companhia de mulheres. “Ele era rico, tinha uma condição boa, uma namorada linda. Ele tinha tudo, não dá para entender” desabafa o anônimo.
A família de Giovanni não entrou em contato e nenhum outro veículo de comunicação conseguiu o depoimento de algum familiar.
Foto Destaque: Giovanni sendo levado. Reprodução/O Globo.