Notícias

Inflação na Argentina supera 138% ao ano, duas semanas antes das eleições presidenciais

A Argentina enfrenta uma crise econômica alarmante, com uma inflação anual de 138,3%, refletindo um desafio significativo para os candidatos presidenciais das eleições previstas para 22 de outubro

12 Out 2023 - 15h02 | Atualizado em 12 Out 2023 - 15h02
Inflação na Argentina supera 138% ao ano, duas semanas antes das eleições presidenciais Lorena Bueri

A Argentina registrou uma taxa anual de inflação de 138,3% em setembro, acompanhada por um aumento de 12,7% nos preços. Os números foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas argentino e vêm em um momento crucial da cena política argentina, a menos de duas semanas das eleições presidenciais no país.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi anunciado antes do primeiro turno das eleições programadas para 22 de outubro. Durante a eleição, o atual ministro da Economia, Sergio Massa, representante do partido de esquerda Justicialista do governo do presidente argentino, Alberto Fernández, enfrentará o candidato liberal Javier Milei, líder nas pesquisas, e Patrícia Bullrich, uma figura política de orientação conservadora.

O candidato à presidência, Javier Milei, propõe uma agenda econômica que inclui a dolarização da economia e o fim do Banco Central argentino, uma proposta que difere dos demais candidatos.

Índice da Inflação

Em setembro, o índice de inflação mensal na Argentina atingiu o pico do ano, sendo o dobro da taxa registrada em janeiro, que foi de 6%. Os setores mais afetados pelos aumentos de preços incluem vestuário e calçados (com aumento de 15,7%), lazer e cultura (com 15,1%), e alimentos e bebidas não alcoólicas (com 14,3%). Com isso, o acumulado no ano até setembro totaliza um aumento de 103,2%.

Historicamente, a Argentina tem enfrentado uma das mais elevadas taxas de inflação no mundo. Essa situação foi exacerbada por um aumento generalizado dos preços em torno de 12,4% após uma desvalorização significativa do peso (moeda argentina) pelo governo de Alberto Fernández, devido à impressão descontrolada de moeda no mercado.


Bandeira da Argentina (Foto: reprodução/Pixabay/Pexels)


Banco Central

O Banco Central argentino optou por elevar novamente as taxas de juros para conter o aumento de preços, alcançando 133% ao ano, ou 11% ao mês. Contudo, apesar de ser uma taxa extremamente alta, ela se encontra abaixo do esperado devido ao descontrole da inflação no país. Isso demonstra a dificuldade de controlar esse fenômeno.

O Banco Central argentino emitiu uma nota ressaltando que os indicadores elevados apontam para uma desaceleração no ritmo do aumento de preços em geral, sugerindo que a inflação mensal apresentará uma desaceleração em outubro, após um pico atingido na terceira semana de agosto.

Efeito de arrasto

De acordo com o economista Federico Zirulnik, do Centro de Estudos Econômicos e Sociais Scalabrini Ortiz, a desvalorização ocorreu no meio do mês, deixando cerca de metade do impacto dessa desvalorização para ser refletida nos preços de setembro, um fenômeno conhecido como "efeito de arrasto". Desde 2019, a Argentina adota um rigoroso controle cambial com restrições significativas à compra de moeda estrangeira. 

Os dados revelam uma aceleração da inflação após um aumento mensal de 12,4% registrado anteriormente. Na comparação anual, o crescimento em setembro atingiu 138,3%, representando um aumento em relação ao mês anterior, que havia registrado uma alta anual de 124,4%.

A inflação

A inflação é um desafio crônico para a economia da Argentina, que já enfrentou uma hiperinflação em 1989. Esse fenômeno econômico afeta todos os segmentos da sociedade, embora suas consequências possam variar. Ela é caracterizada pelo aumento persistente e generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia, resultando na diminuição do poder de compra da moeda, ou seja, cada unidade monetária adquire menos bens e serviços do que anteriormente.

Uma das causas da inflação é o desequilíbrio entre a oferta e a demanda: quando há mais dinheiro circulando do que bens e serviços disponíveis, os preços tendem a subir. Imprimir dinheiro sem critério pode gerar esse desequilíbrio, pois aumenta a quantidade de moeda na economia sem que haja um aumento proporcional da produção e do consumo. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando o governo emite moeda para financiar seus gastos ou pagar sua dívida pública.

Portanto, imprimir dinheiro pode gerar inflação, perda de poder de compra, desconfiança na moeda e na economia, e até uma crise de hiperinflação, como ocorreu no Brasil nas décadas de 1980 e 1990.

Efeitos da inflação

A inflação pode ser ocasionada por vários fatores, como uma demanda excessiva em relação à oferta, elevação dos custos de produção, expansão da oferta monetária ou desvalorização cambial. Cada um desses fatores impacta os agentes econômicos de maneira distinta, incluindo consumidores, produtores, trabalhadores, credores e devedores.

Os principais efeitos negativos da inflação incluem a perda do valor real da moeda, que reduz o poder de compra dos consumidores, distorções nos preços relativos e redução da competitividade externa. Além disso, a inflação pode levar à incerteza econômica e à redistribuição arbitrária da renda e riqueza, afetando principalmente os grupos mais vulneráveis da sociedade, como assalariados, aposentados e poupadores.

Foto Destaque: Casa Rosada, sede do Governo da Argentina. Reprodução/Pixabay/Julian Zapata.

Lorena Bueri CEO, Lorena Bueri, madrinha perola negra lorena bueri, lorena power couple, lorena bueri paparazzi, Lorena R7, Lorena Bueri Revista Sexy, Lorena A Fazenda, Lorena afazenda, lorena bueri sensual, lorena gata do paulistão, lorena bueri gata do paulistão, lorena sexy, diego cristo, diego a fazenda, diego cristo afazendo