Agosto de 2023 se tornou o mês com o maior número de focos de incêndio na história de São Paulo, desde 1998. Esse recorde não se deve apenas à ação humana, mas também ao período de baixa umidade do ar e ventos intensos. A onda de incêndios, que começou na sexta-feira (23), tem se espalhado pelo interior do estado, resultando na morte de duas pessoas e obrigando mais de 800 a deixarem suas casas.
São Paulo entra em alerta maxímo após queimadas (Reprodução/Paulo Pinto / Agência Brasil)
Em apenas três dias, 48 cidades do interior de São Paulo entraram em alerta máximo, com mais de 20 mil hectares queimados. De acordo com a Defesa Civil, já foram detectados 2.300 focos de incêndio. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou em entrevista que dois suspeitos de provocarem incêndios criminosos foram presos. "Nós tivemos a ação de criminosos. Ontem houve uma prisão em São José do Rio Preto, hoje outra em Batatais. Um criminoso, com antecedentes, ateando fogo, querendo agravar a situação. As forças de segurança estão bem mobilizadas para impedir esse tipo de ação."
Força-tarefa no combate aos incêndios
O Governo Federal iniciou uma força-tarefa, com o objetivo de conter os incêndios em São Paulo, no Pantanal e na Amazônia. Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, já manifestou seu apoio e solicitou à Polícia Militar ajuda na identificação de incêndios criminosos. Além disso, a ministra comparou o ocorrido ao "Dia do Fogo", evento que marcou o estado do Pará em 2019.
Investigações
A Polícia Federal abriu duas frentes de investigação para descobrir as causas dos incêndios no interior de São Paulo. No entanto, o alto nível de fumaça prejudicou as operações em dois aeroportos. Inquéritos para investigar os incêndios na Amazônia e no Pantanal também foram instaurados. A Polícia Federal afirma dispor de equipamentos capazes de recuperar imagens das áreas atingidas, o que pode ajudar a identificar a origem dos focos de incêndio.
Foto Destaque: Incêndio no interior de São Paulo (Reprodução/Lourival Izaque/ AFP)