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Ilha de Mayotte é responsável por mais de dez mil mortes ao tentarem alcançá-la

Com suas praias e mar azul cristalino, a Ilha de Mayotte fica no território Francês, no oceano Índico. Com o aumento na imigração, porém esse paraíso é para poucos.

11 Abr 2023 - 21h50 | Atualizado em 11 Abr 2023 - 21h50
Ilha de Mayotte é responsável por mais de dez mil mortes ao tentarem alcançá-la  Lorena Bueri

Christian Ally Moussa, de 42 anos, nasceu e foi criado na Ilha de Madagascar, porém seu pai era um cidadão francês, que residia na Ilha de Mayotte, no Oceano Índico. Christian já estava se preparando para a audiência do seu processo, onde ele obteria cidadania francesa. Ele ficou anos economizando para pagar as taxas, então finalmente seria capaz de solicitar o passaporte europeu, já que sempre foi seu direito de nascença.

Como Moussa nasceu na Ilha de Madagascar, que fica a cerca de 350 km de distância, ele encarou uma dificuldade de ser reconhecido cidadão do país europeu.

Com algumas semanas para a audiência do processo da cidadania, Christian foi preso inesperadamente pela polícia de fronteira francesa e acabou sendo deportado para Madagascar. Ele estava vivendo e também trabalhando informalmente há anos no território francês. Em uma tentativa desesperada para estar de volta a tempo da sua audiência, Christian pegou um barco. 

A Ilha de Mayotte é a mais pobre da França, porém é a mais rica em comparação com as ilhas vizinhas de Madagascar e Comores, que ficam na costa sudeste da África. A Ilha tem 300 mil pessoas, além de ser mundialmente famosa por seus recifes de coral e laguna.


Uma foto do álbum de família de Christian (de regata rosa) (Foto:Reprodução/BBC)


Christian sustentava sua esposa e seus filhos em Madagascar.

Um parente que não teve sua identificação revelada, falou um pouco sobre a história do Christian.

"Eles [a polícia de fronteira] invadiram e queriam levar Christian embora", diz o familiar. "Ele me pediu para ir buscar os sapatos dele, mas quando voltei, já haviam levado ele embora."

Christian foi localizado pelo parente no único centro de detenção da capital, o parente informou que eles se falaram por telefone, disse que Christian estava chorando muito e dizia que não queria voltar para Madagascar.

O parente também fez contato com um advogado, onde ele entrou com recurso de emergência para impedir a deportação. Era pra Christian comparecer perante a um juiz às 11h do dia seguinte, porém a essa altura ele já estava em um voo de volta para Madagascar, menos de 48 horas depois de ser detido.

Christian sabia que por mais que a esposa e os filhos estivessem em Madagascar, também sabia que não conseguiria ganhar dinheiro suficiente para sustentá-los.

O parente de Christian não sabia que ele queria fazer a viagem de volta para a ilha, ele disse que Christian não tinha falado nada pra ele e nem para os amigos dele, só pediu dinheiro, disse que estava doente e precisava de remédio já que não havia água potável no vilarejo

"Então, quando as autoridades me ligaram para dizer que ele havia sido encontrado morto, eu disse a eles: 'Não, não é ele. Não pode ser ele'. Eles então enviaram fotos, e eu reconheci seu rosto."

Trinta e quatro pessoas foram encontradas afogadas na costa de Madagascar em 12 de março. Christian foi uma dessas pessoas.

Foto Destaque: Cenários como este fazem de Mayotte uma ilha paradisíaca, mas as aparências enganam (Foto:Reprodução/Getty Images/Via BBC)

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