A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a taxa de desemprego no Brasil alcançou 8% no trimestre móvel finalizado em junho. Esse é o melhor resultado para esse período desde 2014, quando registrou 6,9%. Comparando com o trimestre anterior, entre janeiro e março, houve uma redução de 0,8 ponto percentual, chegando a 8,8%.
A boa notícia é que o número absoluto de desempregados também caiu, chegando a 8,6 milhões de pessoas, o que representa uma diminuição de 8,3% em relação ao trimestre anterior. Comparado ao mesmo período de 2022, o recuo é ainda maior, com uma diminuição de 14,2%, correspondendo a 1,4 milhão de trabalhadores a menos nessa condição.
Gráfico mostrando a evolução da taxa de desemprego no Brasil. (Foto: reprodução/G1)
Pessoas empregadas
Outro indicador positivo é o aumento no número de pessoas ocupadas, que cresceu 1,1% em relação ao trimestre anterior, totalizando 98,9 milhões de brasileiros empregados. Na comparação anual, houve um crescimento de 0,7%, com um acréscimo de 641 mil pessoas empregadas.
A pesquisa também analisou o tipo de emprego, mostrando que o contingente de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada subiu 2,4% na comparação trimestral, chegando a 13,1 milhões de pessoas. No entanto, houve estabilidade na comparação anual.
Desalentados
Além disso, o estudo revelou uma queda significativa no número de desalentados, que são trabalhadores que desistiram de procurar emprego. Atualmente, são 3,7 milhões de pessoas nessa situação, uma redução em relação ao pico de mais de 5,6 milhões registrado no terceiro trimestre de 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19.
A taxa de subutilização, que engloba desocupados, pessoas que poderiam trabalhar mais e aqueles que não desejam trabalhar, também apresentou queda, chegando a 17,8%, o menor número desde 2015.
Rendimentos
Em relação aos rendimentos, o estudo indicou que o rendimento real habitual ficou estável em R$ 2.921 no trimestre anterior, porém teve um crescimento de 6,2% no ano. A massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 284,1 bilhões, apresentando estabilidade em relação ao trimestre anterior, mas crescendo 7,2% na comparação anual.
Adriana Beringuy, do IBGE, destacou que, apesar do crescimento da população ocupada no ano, a estabilidade do rendimento não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento no trimestre. No entanto, o cenário anual mostra um quadro positivo, com mais pessoas trabalhando e recebendo melhores remunerações.
Foto Destaque: Carteiras de trabalho. Reprodução/Capitalizo