Após limpar toda a área urbana de Mariupol deixando apenas os combatentes confinados na siderúrgica da Azovstal, o Ministério da Defesa da Rússia determinou a rendição dos soldados ucranianos no domingo (17).
De acordo com a imposição russa, os combatentes teriam suas vidas poupadas caso abaixassem as armas até a tarde desta quarta-feira (20) pelo horário local. Apesar disso, as forças ucranianas não se renderam em massa; pelo contrário, permaneceram em defesa da cidade.
A área subterrânea na qual os soldados e civis estão abrigados é parte da usina siderúrgica da Azovstal Iron and Steel Works, que estaria sendo atacada por bombas destruidoras de bunkers.
Por meio das redes sociais, os ucranianos suplicam pelo apoio internacional para garantir a segurança da população. O comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais, Major Serhi Volina, fez um apelo em vídeo dizendo que as tropas inimigas são dezenas de vezes maiores e que possuem o “domínio no ar, na artilharia, nas tropas terrestres, nos equipamentos e nos tanques”. Além disso, Volina disse que pessoas foram feridas - incluindo mulheres e crianças - e estão sem comida e água.
Serhi Volina pede ajuda pelas redes sociais. (Foto: Reprodução/AFP/Facebook)
De acordo com informações do Estadão, Mariupol abrigava 400 mil pessoas antes da guerra, número que decresceu para cerca de 12 mil, segundo as autoridades locais. Em relação às mortes, o governo ucraniano estima que o número seja superior a 20 mil óbitos.
O jornal ainda menciona um possível acordo entre o governo ucraniano e os russos para liberar o deslocamento de mulheres, crianças e idosos a partir das 14h de hoje. Porém, é importante lembrar que os acordos são instáveis, de modo que os pactos podem ser facilmente quebrados.
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que mais de cinco milhões de pessoas já deixaram a Ucrânia por causa da guerra, indo em direção aos países vizinhos.
Foto Destaque: Prédio atingido por bombardeio em Mariupol. Reprodução/Alexander Ermochenko/Reuters.