O prazo dado pelo governo Lula para tirar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (EU) do papel, até junho, pode parecer ambicioso para uma negociação feita há mais de 20 anos. O embaixador do bloco no Brasil afirma, no entanto, que a própria UE vê uma conclusão como urgente.
Acordo União Europeia- Mercosul (Foto: Reprodução/Poder 360)
Segundo Ignacio Ybáñez, é o cenário feito pela Guerra da Ucrânia, que catalisou a necessidade europeia de procurar novos parceiros confiáveis.
O espanhol disse que a área energética, em especial o hidrogênio verde, é uma das que mais provoca interesse do bloco no Brasil, e afirma crer que o país e seus produtos estão preparados para atender às demandas europeias por cadeias de suprimento sustentáveis.
Ainda sobre o conflito no Leste Europeu, discorda que os países do Sul Global tendam à neutralidade.
“O chamado a ser coerente no âmbito internacional é sempre válido. O que ele não pode nunca é seu usado como desculpa”, afirma.
Lula colocou o acordo entre a União Europeia e o Mercosul como prioridade externa. Chegou a propor um prazo até a metade deste ano. Países como a Argentina já manifestaram incômodo com alguns meandros, no entanto.
A chegada de Lula como presidente, foi à COP27, sinalizou que as preocupações podiam ser deixadas de lado. Já foram apresentados ao Mercosul os elementos centrais desse instrumento adicional, que está sendo discutido.
O Brasil possui meios suficientes para se preparar para a situação. Há programas, como os de selo verde, para rastreabilidade do produto. Isso contribui com a distinção da grande maioria dos produtos, que cumprem a legislação ambiental da minoria que não cumpre a lei.
O governo tem a ambição de anunciar em julho a finalização do acordo.
Foto destaque: Acordo Mercosul e União Europeia - Reprodução/Dois níveis